Preço do ovo subiu mais em Fortaleza do que nas demais cidades do Brasil; saiba o motivo do aumento

Levantamento feito pela plataforma Horus em parceria com o FGV/Ibre aponta que o ovo teve aumento em todas as capitais analisadas

Escrito por Redação ,
Legenda: A variação do preço dos ovos em Fortaleza já é de 21,53% em 12 meses, conforme o IPCA
Foto: Kid Júnior

Após meses de inflação pressionada, alguns itens como leite, carne e óleo de soja estão passando por uma desaceleração de preços em 2023. Na contramão, o ovo, que costuma ser uma proteína substituta quando as outras estão mais caras, teve uma disparada neste ano. 

De acordo com levantamento feito pela plataforma Horus em parceria com o FGV/Ibre, o ovo teve alta em todas as capitais pesquisadas no mês de fevereiro. O maior aumento foi registrado em Fortaleza, na casa dos 4,7%. 

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A alta da proteína ocorre em um momento de maior procura por parte dos consumidores, ligada a uma menor quantidade de produto em meio ao desestímulo para produção devido ao aumento dos custos de produção. 

Conforme dados do IPCA, o ovo já acumula alta de 21,53% em 12 meses em Fortaleza, enquanto a variação nacional no mesmo período é de 5,86%. 

Apesar da alta do ovo, a pesquisa da Horus registrou uma variação negativa de até 6,5% no preço da cesta de produtos pesquisada em fevereiro. Em Fortaleza, o custo de acordo com o levantamento foi de R$ 763,15, uma queda de 1,3% em relação a janeiro. 

Aumento no preço do ovo 

De acordo com a diretora de novos negócios da Horus, Luiza Zacharias, a tendência de aumento no preço do ovo é nacional, tendo sido percebida em maior ou menor grau nas oito capitais analisadas pela pesquisa. Dos 18 produtos da cesta básica, apenas os ovos apresentaram alta de preço em todas as capitais. 

Em Fortaleza, enquanto o preço para uma caixa de 12 ovos brancos era de em média R$ 9,68 em outubro do ano passado, de acordo com o levantamento, em fevereiro o valor subiu para R$ 10,06. 

Ela aponta que o aumento nos custos de produção no último ano desestimulou muitos produtores a continuarem no negócio. Com a alta da soja e do milho, principais insumos da ração animal, manter galinhas para a produção de ovos. 

O preço das commodities teve uma estabilização neste ano, mas, segundo Zacharias, esse é um momento visto pelos produtores como oportunidade para recompor margens de lucro.  

Somado a isso, o ovo teve um aumento de procura no ano passado em meio às altas de outras proteínas animais. Menor produção e maior demanda resultam em preços mais altos. 

Segundo Luiza, o momento religioso atual também traz um aumento na demanda pelo ovo, o que pode impactar os preços. Ela avalia que, passado esse período, os preços podem ter uma estabilização ou baixa. 

“Outro fator específico que contribui muito nesse momento em que a gente tá vivendo é a quaresma, é um momento em que muitas famílias abdicam do consumo de carnes por tradições religiosas. O consumo do ovo aumenta em substituição”, coloca. 

Ela afirma que a alta no preço do ovo também pode afetar outros produtos que utilizam a proteína como insumo, como bolos, doces, pães e massas.  

Queda no preço da cesta básica 

A pesquisa aponta para uma redução no preço do conjunto de produtos analisados.  

“A gente tem visto um movimento cada vez mais de desaceleração dos preços, na verdade alguns preços que subiram muito no ano passado, que passaram muito da inflação, como leite, óleo de soja, carne bovina, que foram produtos que subiram muito no ano passado e impactaram muito no bolso do consumidor, estão há alguns meses em processo de desaceleração. Isso impacta no valor total da cesta completa do consumidor”, destaca Luiza. 

Em Fortaleza, houve queda no preço dos suínos (-8,1%), legumes (-5%) e leite (-1,5%), além de outros itens. 

Confira a lista com as variações de preços 

  • Ovos: 4,7% 
  • Arroz: 2,2% 
  • Farinha de Mandioca: 1,4% 
  • Feijão: 1,3% 
  • Frutas: 1,1% 
  • Massas secas: 0,8% 
  • Açúcar: 0,7% 
  • Óleo: -0,5% 
  • Bovino: -0,5% 
  • Manteiga: -0,9% 
  • Frango: -1,2% 
  • Leite: -1,5% 
  • Fubá e farinha de milho: -2,1% 
  • Legumes: -5,0% 
  • Suíno: -8,1% 
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