Horário de verão pode gerar economia de R$ 400 mi e reduzir acionamento de termelétricas, estima ONS
Governo avalia retorno do adiantamento dos relógios em uma hora
O Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) recomendou, na última quinta-feira (19), a retomada do horário de verão no País. A medida pode gerar uma economia de R$ 400 milhões, entre outubro deste ano e fevereiro de 2025, além de reduzir a utilização de termelétricas.
Os estudos da ONS apontam que a medida pode diminuir a demanda máxima por energia elétrica, atingida normalmente nos horários de pico, em até 2,9%.
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Apesar de o valor ser considerado pequeno para o setor elétrico do País, a medida é uma alternativa de aproveitamento da geração de energias renováveis, como solar e eólica, reduzindo o acionamento de termelétricas, que são mais caras e poluentes. As informações são do G1.
Bandeira vermelha 2
Neste mês, inclusive, a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) voltou a acionar a bandeira vermelha patamar 2, considerada a mais alta do sistema elétrico brasileiro. Ela acrescenta R$ 7,87 a cada 100 quilowatts-hora (kWh) de consumo.
A medida é um mecanismo utilizado pelo Governo Federal para conscientizar a população sobre aumentos no consumo de energia em um cenário de crise hídrica e de altas temperaturas, que faz com seja necessário um maior consumo de energia térmica — mais cara e suja —, além de ajudar a pagar o alto custo pelo acionamento de usinas termelétrica fora da "ordem de mérito", ou seja, fora da programação normal.
'Diminuir despachos de térmicas'
Na última semana, o ministro de Minas e Energia (MME), Alexandre Silveira, afirmou que a volta do horário brasileiro de verão é uma possibilidade real para melhor aproveitamento da luz natural em relação à artificial e a consequente redução de consumo de energia elétrica no país.
"O horário de verão é uma possibilidade real, mas não é um fato porque tem implicações, não só energética, tem implicações econômicas. É importante para diminuir o despacho de térmicas nos horários de ponta, mas é uma das medidas, porque ela impacta muito a vida das pessoas", reconheceu o ministro.
Se a medida for adotada, entretanto, ela só deve ter início depois das eleições. O Governo ainda não bateu o martelo sobre o retorno do horário de verão, que foi extinto no Brasil em abril de 2019, pela gestão do ex-presidente Jair Bolsonaro.
Com a diminuição do consumo no horário de pico, a pressão sobre o sistema reduziria, uma que mais energia limpa poderia ser consumida ao tempo que são geradas, durante o dia. Assim, o acionamento de termelétricas diminuiria.