Haddad e secretário do Tesouro dos EUA agendam reunião sobre tarifaço para próxima quarta-feira (13)

O ministro da Fazenda enfatizou que não faz sentido as atuais tensões

Escrito por
Redação producaodiario@svm.com.br
(Atualizado às 10:34)
O ministro Haddad em púlpito
Legenda: O ministro Haddad enfatizou que não faz sentido as atuais tensões, dado o relacionamento de 200 anos entre Brasil e Estados Unidos
Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil

O governo brasileiro, por meio do ministro Fernando Haddad, confirmou uma reunião agendada com o Scott Bessent — secretário do Tesouro Americano — para a próxima quarta-feira (13). O objetivo do encontro é normalizar as relações entre os dois países com foco no tarifaço. A informação, que já tem data e hora fixadas por e-mail, oficializa o interesse em um diálogo que, inicialmente, será remoto. A informação foi divulgada em coletiva, nesta quarta-feira (6). 

Segundo o ministro, contudo, a depender da qualidade da conversa, há a possibilidade de um desdobramento para uma reunião de trabalho presencial, buscando um entendimento entre as nações.

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O ministro Haddad enfatizou que não faz sentido as atuais tensões, dado o relacionamento de 200 anos entre Brasil e Estados Unidos. Ele destacou que a política deve ser tratada na esfera política, ressaltando a independência do poder judiciário e do Congresso no Brasil, e afirmando que isso não está em pauta.

O governo brasileiro busca "abrir a negociação, superar esse desentendimento provocado pela extrema direita brasileira e normalizar as relações".

Questões Econômicas em Debate: Tarifas e Bloco Sul-Americano

Um ponto crucial na pauta econômica é a questão das tarifas. Haddad classificou a aplicação de até 10% de tarifas como "inadequado para o caso da América do Sul". Ele já havia discutido essa questão com o secretário Bessent em maio deste ano.

O ministro argumenta que a América do Sul é deficitária em relação aos Estados Unidos e que o Brasil, como parte de um bloco econômico, não pode ser tratado de forma diferente de países como Paraguai, Uruguai, Argentina e Bolívia.

A lógica é similar à da União Europeia, que, embora um bloco econômico tratado de forma isonômica, ainda considera injusta a aplicação de tarifas aos produtos europeus

Para o governo, a normalização das relações deve ocorrer "com informação e com bons argumentos", separando a discussão política que, embora garanta o direito democrático de protestar, não tem relação com o Executivo Federal brasileiro.

Haddad apelou para que governadores de oposição, cujos estados estão sendo afetados, e o empresariado ajam em defesa dos interesses estaduais e nacionais: "não é fingir que não tem nada acontecendo, se esconder embaixo da cama e desaparecer".

O ministro concluiu afirmando a necessidade de "tratar a economia no âmbito econômico" e "discutir a política" sem problemas, pois o Brasil é "um dos países mais democráticos do mundo" e "dá aula de democracia hoje".

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