Espaço exclusivo para clientes VIP do Nubank não é usado conforme normas de concessão do Ibirapuera, diz prefeitura

Local é destinado a clientes de alta renda do banco

Escrito por
Redação producaodiario@svm.com.br
(Atualizado às 12:30)
Casa Nubank Ultravioleta
Legenda: Casa Nubank Ultravioleta, instalada no Parque do Ibirapuera, em São Paulo
Foto: Nubank/Divulgação

As atividades da Casa Nubank Ultravioleta no Parque Ibirapuera, em São Paulo, devem ser impactadas após decisão da Secretaria do Verde e do Meio Ambiente (SVMA), que constatou "que o uso do espaço não está em conformidade com as normas estabelecidas". A pasta informou que adotará medidas cabíveis. 

A área dentro do Ibirapuera é VIP e tem vestiário, café e coworking, com acesso restrito a clientes de alta renda do Nubank. De acordo com o portal Uol, o órgão público municipal informou que a exclusividade para entrar no lugar contraria o contrato de acesso do espaço, do Plano Diretor e do Plano de Intervenção do parque, elaborado pela própria Urbia, concessionária do parque. 

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Inaugurada em novembro de 2024 no lugar de uma antiga base da Guarda Civil Metropolitana de São Paulo, a Casa Nubank Ultravioleta se assemelha às áreas VIPs instaladas em grandes aeroportos.

Conforme o portal Uol, o espaço do banco digital no Ibirapuera abriga os clientes de alta renda do banco que vão praticar exercícios, com vestiários equipados com duchas privativas, toalhas e itens de higiene. Também são disponibilizados lanches, bebidas e café, além de espaço para trabalho.

Só tem acesso ao espaço, os clientes do Nubank Ultravioleta com cartão Mastercard Black. É preciso gerar um código no aplicativo bancário para entrar na Casa. Com exceção de dependentes menores de idade, acompanhantes não são permitidos.

A SVMA diz que o decreto de 2018 de parques municipais até libera o uso de equipamentos que já existam, mas é necessário que sejam administrados e que mantenham a característica de locais públicos, sociais e municipais, o que não acontece com a Casa Nubank Ultravioleta.

A Urbia administra o Parque do Ibirapuera após uma concessão realizada em 2019. O contrato tem prazo de 35 anos, com pagamento de outorga fixa de R$ 70,5 milhões.

O que dizem os envolvidos?

A reportagem entrou em contato com o Nubank, com a Urbia e com a Prefeitura de São Paulo em busca de esclarecimentos sobre o assunto.

Ao Diário do Nordeste, o Nubank afirmou que "não recebeu notificação sobre o tema e que está comprometido em cumprir com todas as legislações aplicáveis".

A SVMA informou à reportagem que "constatou que o uso do espaço não está em conformidade com as normas estabelecidas e, por isso, medidas cabíveis serão tomadas", sem dar detalhes sobre a suspensão das atividades da Casa Nubank Ultravioleta.

A Urbia disse discordar da decisão da Prefeitura de São Paulo, e pontuou que mantém diálogo contínuo com o órgão público municipal. Uma representação formal dentro do prazo formal de cinco dias será apresentada.

"Todas as atividades estão em conformidade com a legislação vigente e o Contrato de Concessão, que prevê autonomia para viabilizar parcerias e iniciativas voltadas à melhoria dos serviços oferecidos no Parque", declarou a empresa.

Leia o complemento da nota da Urbia:

Desde 2020, a Urbia assumiu todo o custeio (limpeza, zeladoria, manejo das áreas verdes, segurança patrimonial etc.) do parque que somaram valores superiores a R$80 milhões em 2024. Além disso, desde o início da concessão, já contabiliza mais de R$250 milhões em investimentos no restauro do patrimônio histórico, melhorias em infraestrutura e acessibilidade. Todos os custos e investimentos são de responsabilidade da concessionária, não havendo nenhum recurso público, e isso só é viabilizado através das atividades comerciais, incluindo os patrocínios, conforme expressamente previsto no Contrato de Concessão. Este modelo de gestão de parque urbano é inovador, têm apresentado crescentes níveis de satisfação pelos usuários e inspirado outras iniciativas por todo o país. 

A empresa reforça seu compromisso em garantir que qualquer iniciativa esteja alinhada às diretrizes aplicáveis. Todos os edifícios do Parque Ibirapuera, inclusive aqueles que não fazem parte da concessão, possuem regras ou controle de acesso específicas. Ressaltamos que as ativações comerciais ocorrem em diferentes formatos, mas todos eles em conformidade com o contrato de concessão.

 

 

 

 

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