Banco do Nordeste registra lucro líquido de R$ 1,5 bilhão em 2023
Valor é 19,1% superior ao do ano passado; programas de financiamento do BNB também batem recordes
O Banco do Nordeste (BNB) divulgou nesta terça-feira (21) o balanço financeiro do 3º trimestre de 2023 da instituição, com resultados positivos em praticamente todos os setores.
O lucro líquido, de janeiro a setembro deste ano, foi de R$ 1,5 bilhão, 19,1% superior na comparação com igual período de 2022, quando o indicador foi de R$ 1,2 bilhão.
No que diz respeito ao resultado operacional, novo crescimento, dessa vez de 22,9%, saindo de R$ 2,1 bilhões entre janeiro e setembro do ano passado para R$ 2,6 bilhões em 2023.
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2023 foi um ano onde o Governo Federal precisou fazer ajustes importantes na máquina pública com marcos regulatórios econômicos importantes, como novo arcabouço fiscal e Reforma Tributária. Vamos ter ainda inclusive um crescimento constante ao longo de todos os trimestres. Isso cria uma estabilidade econômica importante, e para o banco é importante porque trabalhamos nessa perspectiva.
Outro ponto destacado pela diretoria do BNB foi a eficiência operacional. Definida por Wanger Rocha, diretor financeiro e de crédito do banco como "quanto menor, melhor", o índice chegou a 50,8% em setembro deste ano, 2,2 pontos percentuais abaixo do ano passado.
"Quando compara com o mercado, a gente está bem acima. (...) Isso é importante porque mostra que a nossa operação é rentável em razão dos investimentos que a gente faz e mostra que as operações do banco têm trazido uma lucratividade acima das despesas administrativas", salienta.
O patrimônio líquido do BNB foi outro indicador a apresentar elevação, de 19,4%, saindo de R$ 8,6 bilhões em setembro de 2022 para R$ 10,3 bilhões neste ano.
Programas de financiamento
Na apresentação do balanço, Paulo Câmara revelou ainda que o BNB está com o dobro de demanda por recursos em relação à capacidade de alocação atual, com destaque para quatro pilares de iniciativas de financiamento.
Ao todo, operações apresentaram leve queda, caindo de 3,082 milhões em 2022 para 3,073 milhões neste ano. O volume das contratações realizadas, no entanto, subiu 16,5%, saltando de R$ 35,7 bilhões para R$ 41,6 bilhões.
Dos quatro principais programas de crédito do banco, três tiveram alta nos nove primeiros meses deste ano em relação ao mesmo período de 2022:
- Fundo Constitucional de Financiamento do Nordeste (FNE):
- Contratações: de 516,9 mil para 581,1 mil (+ 12,4%);
- Volume financeiro: de 25,7 bi para 30,3 bi (+ 17,9%);
- Microcrédito (Crediamigo e Agroamigo):
- Contratações: de 2,53 milhões para 2,55 milhões (+ 1%);
- Volume financeiro: de 7,7 bi para 7,4 bi (- 3,9%);
- Infraestrutura:
- Contratações: de 54 para 157 (+ 290,7%);
- Volume financeiro: de 5,8 bi para 8,1 bi (+ 39,6%);
- Micro e Pequenas Empresas (MPE):
- Contratações: de 22,3 mil para 20 mil (- 10,3%);
- Volume financeiro: de 3,3 bi para 3,5 bi (+ 6%);
Mercado e interesse social
No ano que marca os 25 anos do Crediamigo e os 18 anos do Agroamigo, o microcrédito teve desempenho abaixo de demais indicadores do banco, mas Paulo Câmara e Wanger Rocha minimizaram a situação.
"[O microcrédito] tornou-se exemplo vivo e concreto de que os objetivos sociais do banco não são incompatíveis com os resultados operacionais", defende o presidente do BNB.
"Mantivemos praticamente a mesma quantidade de operações. O microcrédito guarda nossa identidade nessa missão, porque o recurso transita dentro das comunidades", classifica o diretor financeiro e de crédito.
Desde janeiro de 2020 até setembro deste ano, os números divulgados pelo Banco do Nordeste do Agroamigo e do Crediamigo apontam que foram contratados mais de R$ 56,3 bilhões.
Já o FNE bateu recordes em 2023. Subdividido em dez operações, o fundo, que é o principal modal de financiamento do banco, ultrapassou pela primeira vez a marca de R$ 30 bilhões em contratação neste ano, definido por Wanger Rocha como o "maior volume registrado na história".
"Essas contratações representam 78% de tudo que foi projetado em termos de aplicações com FNE para o ano de 2023, deixando apenas 22% para o último trimestre", celebrou o presidente do banco.
Na outra ponta, o MPE foi o que apresentou a maior queda no número de contratações, mas o diretor financeiro e de crédito do BNB atribui ao mercado e as mudanças no cenário empregatício brasileiro a redução no programa.
"Isso faz parte do processo, até porque a gente vem de uma pandemia e até que essa atividade reaja, é natural que a gente vá perdendo alguma coisa. É um cenário de mercado, e não apenas do BNB", infere.