Após inaugurar complexo de energia, empresa chinesa mira em projetos solares e hidrogênio verde no Ceará

Spic Brasil revelou que já possui a modelagem econômica e compradores para o combustível verde

Escrito por Luciano Rodrigues* e Ingrid Coelho , negocios@svm.com.br
Legenda: O Complexo Solar Panati possui capacidade de 292MWp e ocupa uma área de 741 hectares, podendo abastecer cerca de 350 mil residências por ano

Com memorando de hidrogênio verde (H2V) assinado junto ao governo estadual, a chinesa Spic, que tem subsidiária no Brasil, aguarda apenas a regulação desse mercado para dar andamento ao projeto de H2V da companhia no Ceará. Além disso, a empresa deverá anunciar em breve um novo projeto de energia solar no Estado. 

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Nesta quarta-feira (19), a companhia, em parceria com a Recurrent Energy, inaugurou em Jaguaretama o Complexo Solar Panati. 

Presente no evento de inauguração, Adriana Waltrick, CEO da Spic Brasil, disse que o projeto de H2V da companhia já está "todo estruturado".

"A gente deve em breve anunciar projetos solares e projetos de hidrogênio verde. Temos toda a modelagem econômica e financeira, localização dos projetos e quem serão os compradores, faltam as condições de regramento e da regulação brasileira".

Além do memorando para projeto de H2V no Ceará, a chinesa também tem memorando assinado para projeto no Porto do Açu, no Rio de Janeiro.

Questionada se a empresa daria início aos projetos logo após a aprovação do marco legal do hidrogênio verde, Adriana disse acreditar que não apenas a Spic, mas vários outros empreendedores tratarão de implementar projetos-piloto para em seguida fazer a escala comercial.

"Isso deve levar, sim, alguns anos com projetos-piloto, testes de regiões, de formas de produzir, se é para mercado interno ou externo e a partir daí fazer um plano de negócios mais robusto", afirma Adriana.

A CEO da Spic Brasil destacou ainda que, além da regulação, a indústria de hidrogênio verde precisará de subsídios para "se levantar".

"Vai precisar, assim como foi com a própria indústria solar e com a eólica. É como um bebê, para criar pernas e sair andando, às vezes precisa de alguma ajuda do governo".

Complexo Panati

O Complexo Solar Panati possui capacidade de 292MWp e ocupa uma área de 741 hectares, podendo abastecer cerca de 350 mil residências por ano. Durante a obra, foram gerados 1,4 mil empregos diretos.

"Encontramos recursos naturais e recursos de parceria entre governo e empresa que viabilizaram para estarmos aqui validando toda a iniciativa e tendo o bilhete para o futuro, para continuar crescendo no País", disse Adriana.

Recentemente, a Spic Brasil e a Recurrent Energy também inauguraram o Complexo Solar Marangatu, em Brasileira (PI). Junto com Panati, as unidades somam um investimento de mais de R$ 2 bilhões, tornando-se o quarto maior complexo solar do país, com 778 megawatts.

O governador do Ceará, Elmano de Freitas, pontuou a importância do desenvolvimento do hidrogênio verde.

"Temos que ter muita unidade e compreensão de que todos aqueles que possam contribuir para a produção de hidrogênio verde devem ser aproveitados num grande projeto para garantir energia para a economia planetária", comentou, ao falar sobre a inclusão das hidrelétricas no texto do marco legal do hidrogênio verde, conforme versão do projeto apresentada na última terça (18).

*O repórter Luciano Rodrigues viajou a Jaguaretama a convite da Spic Brasil

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