Após falas de Haddad, dólar dispara e alcança maior valor de 2024
Moeda americana superou a casa dos R$ 5,30 pela primeira vez desde o início do Governo Lula
As declarações do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, nesta sexta-feira (7) impactaram com força o preço do dólar. A moeda fechou a semana cotada a R$ 5,32, maior valor desde janeiro de 2023, no início do terceiro mandato do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
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O titular da Fazenda teve uma reunião a portas fechadas com o CEO do Santander Brasil, Mário Leão, e com gestoras. Essa situação causou um mal-estar no mercado financeiro, de acordo com informações do jornal O Globo, e impactou o preço do dólar.
A situação repercutiu ao longo do dia na cotação da moeda, que disparou mais de 1% somente na sexta-feira. O preço final de R$ 5,32 não era visto há pelo menos um ano e cinco meses.
O teor da reunião e as declarações de Haddad também foram motivo de pressionar o preço do dólar. Após o encontro da tarde desta sexta-feira, o ministro convocou a imprensa duas vezes.
'Informação falsa' causa ruído entre Governo e mercado
Na primeira entrevista, o titular da pasta celebrou a aprovação da chamada "Taxa das Blusinhas". Logo após, Haddad criticou uma suposta "informação falsa" divulgada sem autorização.
"Houve uma reunião com pessoas do Santander aqui e teve um protocolo que foi quebrado. A condição era que não interpretassem o que eu falei. Me fizeram uma pergunta se havia contingenciamento este ano se algumas despesas obrigatórias crescessem para além do previsto e eu falei que sim. Falei que, se algumas despesas crescessem para além do previsto, haveria um contingenciamento de gastos, o que é absolutamente normal e aderente ao que prevê o arcabouço fiscal. Não entendi a intenção da pessoa que vazou uma informação falsa a respeito do que eu disse", comentou.
A informação vazada e criticada por Haddad pode trazer impactos na meta fiscal do Governo Federal. Segundo o relato de um dos participantes da reunião, o ministro afirmou que a equipe econômica pode contingenciar R$ 30 bilhões para manter a previsão do arcabouço fiscal, de déficit zero nas contas públicas de 2024, com tolerância de déficit de até 0,25% do PIB.
Outros participantes, por sua vez, rechaçam o temor do mercado e defendem que Haddad só prospectou maior racionalidade e discussão direta acerca do equilíbrio entre despesas e receitas.