Mariska Hargitay, de ‘Law & Order’, revela que já foi vítima de estupro

A eterna intérprete de Olivia Benson desabafou sobre a violência, ocorrida nos anos de 1990

Escrito por Redação ,
mariska Hargitay
Legenda: Mariska Hargitay interpreta Olivia Benson em 'Law & Order: SVU'
Foto: Dimitrios Kambouris / GETTY IMAGES NORTH AMERICA / Getty Images via AFP

A atriz Mariska Hargitay, famosa mundialmente pela série “Law & Order: SVU”, onde interpreta Olivia Benson, uma detetive que lida com casos de abuso sexual, revelou que também é sobrevivente de um estupro. A informação foi dada pela artista em artigo dela publicado, nessa quarta-feira (10), pela revista People.

No texto, ela escreve que a violência ocorreu quando estava na casa dos 30 anos (ou seja, nos anos 1990): "Não foi sexual de nenhuma forma. Foi sobre dominância e controle. Controle esmagador".

Veja também

“Ele era um amigo e depois não era mais. Eu tentei de todas as formas fugir dele. Tentei fazer piadas, ser charmosa, estabelecer um limite, dizer 'não'. Ele me agarrou pelos braços e me segurou na cama. Estava aterrorizada. Não queria que escalasse para a violência - hoje sei que já era violência sexual, mas na hora tive medo de que ele se tornasse fisicamente violento. Eu congelei, o que é uma resposta bem comum ao trauma quando não existe possibilidade de escapatória. Deixei o meu corpo”.

A atriz explicou também porque, em ocasiões anteriores, evitou se identificar como sobrevivente de um abuso — tanto ao falar sobre o trabalho em SVU quanto como fundadora da ONG “Joyful Heart”, que ajuda vítimas de crimes sexuais: "Eu não conseguia processar [o que aconteceu comigo]. Eu não conseguia acreditar que tinha acontecido. Que poderia acontecer. Então cortei isso da minha vida, removi da minha narrativa. Hoje, tenho tanta empatia pela parte de mim que fez essa escolha, porque foi a parte que me fez seguir adiante. Eu honro essa parte de mim dizendo: fiz o que precisei fazer para sobreviver", escreveu ela.

Mariska arrematou o texto garantindo que continuará atuando contra a violência sexual. "Este é um problema que persiste não por causa de algo imutável da condição humana, mas porque estruturas de poder estão colocadas de uma forma que permitem que ele persista. Essas estruturas de poder são tão pervasivas que ninguém é imune a elas. Elas criam pensamentos como: 'Eu devo ter feito algo para causar isso'. E a nossa sociedade concorda: 'Sim, você fez isso consigo mesmo'. Isso é falso, e precisa mudar. A violência acaba quando a estrutura de poder muda", declarou.

Assuntos Relacionados