Massafeira Livre completa 40 anos; série de eventos estão programados para 2019

Movimento Cultural reuniu mais de 400 artistas locais no Theatro José de Alencar

Escrito por Felipe Gurgel , felipe.gurgel@diariodonordeste.com.br
Legenda: Ife e Ednardo no show da Massafeira, em 1979

Todo reconhecimento à arte feita no Ceará hoje encontra reflexo, historicamente, na memória da Massafeira Livre. O movimento cultural a princípio foi um grande encontro, realizado há 40 anos, de 15 a 18 de março no Theatro José de Alencar (TJA). Mais de 400 artistas locais, entre músicos, poetas, atores, dançarinos, ilustradores, fotógrafos e cineastas expuseram seus trabalhos autorais em quatro dias de celebração.  

A pretexto de celebrar as quatro décadas de aniversário do encontro histórico, uma série de eventos está programada para 2019. Em novembro, haverá a realização da “Massafeira Cariri”, no Crato (CE), com lançamento de um livro sobre esses 40 anos (numa versão estendida do livro dos 30 anos, organizado por Ednardo e lançado em 2010). 
 
Durante o evento no Cariri, um show com os artistas da programação será registrado e lançado em CD. Na sequência, uma reedição da Massafeira Livre acontecerá em cinco dias no TJA, de 3 a 7 de dezembro. 

Envolvido na produção das novas iniciativas e também do evento histórico, o produtor Rogério Crato situa, ainda, que um documentário sobre a Massafeira está em processo de filmagens. E o cineasta Rosemberg Cariry faz a direção do projeto.  

O filme vai ter imagens do espetáculo de 30 anos no TJA. E deve homenagear o Belchior, Patativa do Assaré, Petrúcio Maia, Brandão. E ainda traz entrevistas com o Ednardo, Rodger Rogério, Téti, Fausto Nilo, Manassés, dentre as pessoas mais importantes do movimento que ainda estão vivas”, detalha Rogério.   

O produtor recorda que, durante os quatro dias de encontro em 1979, o público permanecia no TJA mesmo depois que os shows já tinham terminado. “E lá no Rio também, durante as gravações do disco, foi marcante”, complementa Rogério Crato.  

A maratona de 1979 envolveu os artistas e o público em mais de seis horas de apresentação, a cada dia. Além do apelo multiartístico do evento, o movimento reverberou durante todo aquele ano e culminou na gravação e no lançamento do disco duplo homônimo (Epic/CBS), em outubro.  

Com direção de Ednardo (um dos idealizadores da Massafeira, ao lado de Augusto Pontes e Brandão), o álbum trazia ainda Belchior, Fagner, Rodger Rogério, Téti, Petrúcio Maia, Lúcio Ricardo, Mona Gadelha, Calé Alencar, Régis & Rogério, dentre outros. O disco ganhou uma reedição em 2009, quando do aniversário de 30 anos de realização da Massafeira.  

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