Boeing desiste de comprar Embraer; "não atendeu às condições necessárias", diz empresa americana

As duas companhias planejavam criar uma joint venture e as negociações começaram ainda em 2018

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Com Estadão Conteúdo producaodiario@svm.com.br
(Atualizado às 11:32)
Legenda: Boeing 737 Max continua sem poder voar em todo o mundo
Foto: Foto: Reprodução/Boeing

A Boeing decidiu cancelar o acordo com a Embraer no qual as duas companhias criariam uma joint venture (nova empresa). A operação previa que as empresas buscariam estabelecer uma parceria estratégia com a compra da área de aviação civil da Embraer pela Boeing. O anúncio foi feito neste sábado (25). A compra havia sido anunciada ainda em julho de 2018.

As empresa planejavam criar uma joint venture (JV) composta pelo negócio de aviação comercial da brasileira e uma segunda JV para o desenvolvimento de novos mercados para a aeronave de transporte aéreo médio e mobilidade C-390 Millenium.

Segundo nota da Boeing, a Embraer "não atendeu às condições necessárias".

"A Boeing trabalhou diligentemente nos últimos dois anos para concluir a transação com a Embraer. Há vários meses temos mantido negociações produtivas a respeito de condições do contrato que não foram atendidas, mas em última instância, essas negociações não foram bem-sucedidas. O objetivo de todos nós era resolver as pendências até a data de rescisão inicial, o que não aconteceu. É uma decepção profunda. Entretanto, chegamos a um ponto em que continuar negociando dentro do escopo do acordo não irá solucionar as questões pendentes", disse Marc Allen, presidente da Boeing para a parceria com a Embraer e operações do Grupo, em nota.

Falta liquidez

Ao jornal britânico Financial Times, Ron Epstein, analista do Merrill Lynch do Bank of America, questionou se a Boeing teria liquidez para arcar com o acordo. "É uma questão de liquidez. A Boeing está em posição de gastar US$ 4,2 bilhões em uma aquisição, considerando o que está acontecendo no mercado mais amplo da aviação comercial?".

A Boeing atravessa por um momento nada animador. Primeiro, pelo aterramento das aeronaves Boeing 737 Max, que ainda aguardam autorização das autoridades aéreas para voar, e segundo, pela crise na aviação provocada pela pandemia do novo coronavírus. 

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