Ibovespa pode chegar a 130 mil pontos até o fim do próximo ano

Perspectiva foi apontada por Daniel Frajhof, head do Private B2B da XP Investimentos em visita à redação do Sistema Verdes Mares. O executivo reiterou, contudo, a importância de reformas "mais profundas"

Escrito por Samuel Quintela , samuel.quintela@svm.com.br
Legenda: Frajhof destaca que Brasil ainda precisa de reformas mais profundas para garantir níveis maiores de crescimento
Foto:  Foto: José Leomar

O cenário político deverá continuar a impactar o desempenho econômico nacional, fazendo com que a evolução do mercado brasileiro, medido pela Bolsa de Valores, passe por altos e baixos durante todo o próximo ano. Apesar da perspectiva truncada, Daniel Frajhof, head do Private B2B ("business to business") da XP Investimentos, projeta que o IBovespa - principal índice da B3, a bolsa de valores brasileira - chegue ao patamar de 130 mil pontos até o fim de 2020.

"O fim de 2019, sinceramente, vai ser muito difícil de fazer uma previsão de curto prazo, até porque temos muito ruído político pelo Judiciário e o cenário econômico. Então, temos menos conforto. Mas quando a gente olha para o potencial de crescimento do lucro das empresas no Brasil e quando a gente enxerga o quanto isso pode se expandir por conta da migração dos recursos de renda fixa para a variável, a gente acha 130 mil pontos algo razoável para se esperar. Mas não vai ser uma subida constante e tranquila. Vai ter solavancos para cima e para baixo", analisa Daniel.

As perspectivas do head da XP se baseiam nas últimas - e consecutivas - reduções da taxa básica de juros brasileira, a Selic, que chegou ao patamar histórico de 5% ao ano. Além disso, a expectativa é que o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central reduza novamente a taxa Selic ainda em 2019, para 4,5% a.A.

"O mercado financeiro sempre foi dominado por aplicações de renda fixa, e as pessoas tinham aplicações mais simples, como poupança. Mas, agora, a gente enxerga um cenário que deve perdurar por muito tempo, de juros mais baixo, até porque temos uma capacidade ociosa alta na indústria, então há espaço para crescer sem ter inflação", pondera.

Contudo, Frajhof ressalta que sem a aplicação de reformas "mais profundas" na economia brasileira, o País não deverá apresentar números de crescimentos muito altos. "A gente só vai conseguir ter um crescimento robusto quando tiver reformas acontecendo no País. Sem reformas mais profundas, não vamos dar o salto que queremos", avaliou o executivo.

Presença no Ceará

Frajhof ainda comentou sobre a importância de estar presentes em todo o País. A XP Investimentos atua no Ceará a partir de vários parceiros menores, como corretoras e agentes autônomos. Segundo o Frajhof, o Estado é um local estratégico para a empresa pela capacidade de gerar bons empreendedores e pessoas ávidas por investimento.

"A gente trabalha com uma série de parceiros que nos representam pelo Brasil e oferecendo nossas soluções para os mercados finais. A gente está presente em todos os lugares do Brasil através dos nossos parceiros. E o Ceará é um estado estratégico, com muitos empreendedores e excelentes empresários", disse.

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