Como a mobilidade urbana impacta o meio ambiente

Modais como ônibus, metrô e bicicleta são alternativas mais sustentáveis do que o uso do automóvel

Escrito por Agência de Conteúdo DN ,
Legenda: Os veículos constituem uma das principais fontes de emissão de poluentes atmosféricos nas metrópoles
Foto: Shutterstock

Quanto mais carro na rua, mais trânsito e poluição do ar. Priorizar o veículo individual motorizado está ficando cada vez mais caro para o bolso e para o meio ambiente. De acordo com dados do Inventário de Emissões de Gás de Efeito Estufa (GEE) de Fortaleza, 59% das emissões de GEE na Capital são provocadas por veículos automotores movidos por combustíveis fósseis (2020). 

 A médio e longo prazo, a degradação do ar, o aumento de doenças e os impactos no clima são efeitos que tendem a se intensificar nas grandes metrópoles. Porém, a ampliação da utilização do transporte coletivo nos sistemas de mobilidade urbana traz benefícios para o meio ambiente, como observa Gustavo Pinheiro, coordenador do núcleo de gestão cicloviária da Autarquia Municipal de Trânsito e Cidadania (AMC). 

“Se você comparar a quantidade de emissão de GEE que um ônibus solta, dividindo pelo número de pessoas que ele transporta, é muito menor do que a quantidade de emissão de poluentes que um transporte individual emite”, pontua. 

Como forma de diminuir esses impactos, a bicicleta tem sido um dos meios de transportes mais estimulados, por ser mais econômico e menos poluente. “A bicicleta tem uma interferência bastante significativa no meio ambiente, pois não causa poluição sonora e ambiental. É mais barato, não precisa colocar combustível, além de fazer bem à saúde”, argumenta Gustavo Pinheiro. 

Incentivo à bicicleta 

Ações como a ampliação da malha cicloviária na Capital, que possui 400km, buscam estimular a maior utilização do modal como forma de reduzir a emissão de poluentes. “Somos a cidade onde as pessoas vivem mais próximas à infraestrutura cicloviária, com mais de 50% dos habitantes morando a menos de 300 metros de alguma ciclovia ou ciclofaixa, segundo o Instituto de Políticas de Transporte e Desenvolvimento (ITDP)”, aponta Antônio Ferreira Silva, superintendente da AMC. A meta, acrescenta, é alcançar a marca de 500 km até 2024. 

Segundo dados da Autarquia, o número de viagens de bicicleta por dia em Fortaleza já são de 215 mil. “Em várias vias, observamos um aumento significativo do número de ciclistas. Por exemplo, na Avenida Domingos Olímpio teve aumento de 213% nos últimos anos. Na Avenida Gomes de Matos, o aumento foi de 304%”, destaca o coordenador da AMC. 

Desde 2014, quando foi implantado o Sistema Bicicletar, de bicicletas compartilhadas, observa-se um crescimento da utilização do modal. De acordo com dados da Autarquia, o sistema contabiliza mais de 5 milhões de utilizações desde 2014. São 328 mil usuários ativos e cerca de 3.200 viagens de bicicleta por dia pelo Bicicletar. 

Para tornar o passeio ciclístico mais agradável, a Prefeitura Municipal iniciou ano passado o projeto Ciclo Mais Verde, que visa plantar árvores nativas para sombrear a malha cicloviária. Até agora, foram plantadas 581 mudas, cobrindo 12 km de extensão. “É um projeto que está iniciando ainda. Plantamos as mudas nas avenidas Juscelino Kubitschek, Domingos Olímpio, Santos Dumont e Presidente Castelo Branco”, informa Gustavo Pinheiro.  

Projeto Mobilidade Urbana  

Por meio de uma série de programas veiculados na TV Diário, especialistas locais e de outras partes do Brasil trazem análises e perspectivas sobre mobilidade urbana. As transmissões ocorrem de segunda a sexta-feira, às 22 horas; sábados e domingos, às 13h e 17 horas. Todos os episódios ficarão disponíveis no canal do Youtube da emissora. A iniciativa faz parte do Projeto Mobilidade Urbana 2022, idealizado pelo Sistema Verdes Mares (SVM) com o patrocínio da Assembleia Legislativa do Estado do Ceará (ALCE) e apoio da AMC.

 

 

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