Cenário mostra condições favoráveis para economia avançar em 2018

Dados revelados até agora demonstram que setores produtivos reagem aos estímulos, o que deve resultar no fim da crise e na retomada da economia

Escrito por Bruno Cabral - Repórter ,

Mesmo diante de turbulências políticas ao longo de 2017, os principais indicadores da economia brasileira começaram a demonstrar sinais de recuperação, sobretudo no segundo semestre, superando as projeções do mercado feitas ainda no início do ano. No Ceará, 2017 pode ter sido o ano da virada, com crescimento da atividade econômica superior à média nacional. E para 2018, com a nova administração do Aeroporto Internacional Pinto Martins, a parceria do Porto do Pecém com o Porto de Roterdã, melhora da quadra chuvosa e com novos horários para o funcionamento do comércio da Capital, a expectativa é que o Estado continue superando o crescimento nacional, mas de forma ainda mais expressiva.

O Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), em sua última Carta de Conjuntura, ressalta que o Produto Interno Bruto (PIB) do País voltou a apresentar bom desempenho no terceiro trimestre deste ano e que o resultado "confere maior solidez à trajetória de recuperação gradual iniciada pela economia no início deste ano".

No primeiro Boletim Focus de 2017, de 6 de janeiro, os economistas consultados pelo Banco Central haviam estimado, para o fim deste ano, um crescimento do PIB de 0,5%; uma taxa de inflação de 4,81%; taxa básica de juros (Selic) a 10,25%; dólar a R$ 3,45; e crescimento da produção industrial de 1%. Já no último boletim, de 8 de dezembro, porém, todos os indicadores foram revisados positivamente. E para 2018, a expectativa do mercado, ainda segundo o Boletim Focus, é de crescimento do PIB (+2,62%), da produção industrial (+2,90%), com a taxa Selic mantida em 7%, inflação de 4,02% e dólar cotado a R$ 3,29 no fim do ano.

Reação é identificada

"Os indicadores mostram que 2018 será um ano de crescimento econômico bem maior do que foi 2017, e com inflação controlada", diz o economista e consultor Henrique Marinho, coordenador do Curso de Ciências Econômicas da Universidade de Fortaleza (Unifor).

"Acredito que o comércio voltará de forma mais pujante, com a indústria reagindo, e a economia começando a desgarrar dos aspectos políticos".

No entanto, boa parte das projeções para 2018 levam em consideração a aprovação da Reforma da Previdência que deverá ser votada em fevereiro. E caso a Reforma não avance, o País pode ter sua nota de crédito rebaixada pelas agências internacionais de classificação de risco, e a melhora da economia nacional deverá ser postergada.

s

Juros

Um dos fatores que devem estimular o setor produtivo no próximo ano, favorecendo investimentos, é a taxa de juros, cujas recentes quedas ocorreram em consequência do cenário inflacionário. No último dia 6, o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central reduziu a Selic em 0,5 ponto percentual, levando a taxa para o menor patamar histórico (7% ao ano).

Em comunicado, o Banco Central afirmou que "as projeções do Copom (para a inflação) situam-se em torno de 2,9% para 2017, 4,2% para 2018 e 4,2% para 2019". Todas as projeções estão abaixo do centro da meta, de 4,5% para 2017 e 2018, e de 4,25% para 2019.

"Acredito que o ano de 2018, independentemente das eleições, já está mais ou menos traçado, tendo em vista os indicadores econômicos que começam a reagir", diz o economista e consultor. "Um crescimento do PIB próximo de 2% ou 2,5% em 2018 pode ser considerado bom, para um país que passou por dois anos de recessão. Além disso, o desemprego já começa a cair. E o setor da construção civil, que gera bastante emprego, também está reagindo. Então, apesar do contratempo político, a economia já melhora em 2018", afirma Henrique Marinho.

LEIA AINDA:

> CE seguirá crescendo descolado do País 
> Construção espera vendas melhores
> Indústria espera ano melhor, após pequena reação em 2017 
> Previdência: maior desafio para manter crescimento
> Chuvas serão determinantes para expansão da agricultura
> Alta na confiança e no consumo anima o comércio 
Os destaques das últimas 24h resumidos em até 8 minutos de leitura.