Previdência: maior desafio para manter crescimento

Escrito por Redação ,
Adiada para o próximo ano, a votação da Reforma da Previdência deverá ser o maior desafio do governo federal para conseguir ajustar a política fiscal brasileira e manter a perspectiva de crescimento da economia. Segundo os economistas Ricardo Eleutério, coordenador do curso de economia da Unifor, e Allisson Martins, a Previdência é algo que não pode ser deixado de lado.

Apesar da dificuldade em mensurar os impactos reais da Reforma, que ainda será analisada pelo Congresso Nacional, Ricardo Eleutério considera que atualizar as condições da Previdência é importantíssimo para conseguir controlar o crescimento gradual da dívida pública.

“É difícil mensurar, mas ela não vai ser do tamanho necessário para melhorar significativamente a situação das contas públicas e tudo é uma bola de neve. O fato de termos adiado essa reforma aumenta o impacto que ela pode ter sobre a economia”, disse Eleutério. 

O coordenador do curso de economia da Unifor ainda afirmou que a Reforma, quando aprovada, deverá ter impactos positivos e negativos sobre a população brasileira, o que torna o assunto um pouco mais complicado quando se analisa o cenário político brasileiro antes das eleições presidenciais de 2018. 

“A reforma é algo que precisa ser discutido, mas é muito difícil porque essa questão não traz votos, até mesmo pelo impacto que ela terá na sociedade. Estamos em uma encruzilhada histórica, pois podemos entrar em um cenário em que não se conseguirá honrar os compromissos com os aposentados do futuro. Por outro lado, a próxima geração de aposentados acabará trabalhando mais, então isso é muito complicado”, ponderou.

Esse impasse é o que, segundo Ricardo, pode acabar postergando a discussão sobre as mudanças, no pior dos cenários, para 2019. Isso aconteceria justamente pelo fato de que alguns políticos poderiam enxergar a Reforma da Previdência como um assunto não muito interessante para se discutir em ano de eleição. A expectativa é de que o Congresso acabe adiando novamente a votação em 2018. 

“O governo vai ter que discutir a Previdência, mas há uma grande chance de tudo ficar para 2019, por ser uma questão política muito complicada”, disse.

Perspectiva

Para o economista Allison Martins, as perspectivas de crescimento do governo, com ou sem a reforma, são coerentes, mas algumas informações deveriam estar mais claras dentro do plano, como os modelos econométricos e as variáveis utilizadas para as estimações. A reforma também precisaria considerar outros pontos relevantes.

“A Reforma também deveria contemplar as super aposentadorias do setor público, e os benefícios que certas classes possuem, como o judiciário e os militares”, afirmou, Martins.

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