Algodão: Ceará dá 3 passos à frente. Faltam mais 97

Empresas cearenses investem na tecnologia, usam sementes da Embrapa, corrigem o solo e já produzem fibra longa semelhante à do algodão egípcio

Legenda: Plantação de algodão no interior do Ceará (foto). A cotonicultura avança nas melhores áreas de solo no estado.
Foto: Nilton Alves

Sonham os agricultores cearenses com a alta possibilidade de o Ceará voltar a ser um polo importante da cotonicultura do país, para o que já deram o primeiro, o segundo e o terceiro passos na sua direção. Mas é preciso salientar que outros 97 passos terão de ser dados até que o sonho seja alcançado.

Como esta coluna tem dito e repetido aqui, a geografia cearense – 90% da qual se localizam no semiárido, encravados no cristalino – dispõe de áreas excepcionais para a cultura do algodão, como as da Chapada do Apodi, da região do Cariri e do Sertão Central.

Deve ser dito que, com o avanço da tecnologia, as deficiências do solo são hoje facilmente identificadas, analisadas e corrigidas, e isto vale não só para a atividade algodoeira, mas também para a fruticultura, que segue crescendo em alta velocidade no interior do Ceará. Exemplo: uma grande empresa, genuinamente cearense, está, neste momento, investindo na correção do solo de uma extensa área do Sertão Central com vistas à produção de alimentos a partir do próximo ano. Por questões estratégicas e de confidencialidade, a empresa não pode adiantar mais detalhes.

A boa notícia – antecipada por esta coluna – é de que o algodão produzido no Ceará, mais precisamente na Fazenda Nova Agro, na geografia do município de Limoeiro do Norte, tem fibra longa e a mesma qualidade do similar egípcio, considerado o melhor do mundo. E tem, ainda, produtividade igual à de Mato Grosso e do Oeste da Bahia.

O novo e moderníssimo laboratório do Centro Tecnológico da Cadeia Têxtil, instalado pela Federação das Indústrias (Fiec) no núcleo do Senai em Maracanaú, na Região Metropolitana de Fortaleza, já atestou a alta qualidade do algodão produzido na Chapada do Apodi.

Mas esta coluna pode adiantar outra excelente notícia: o mesmo laboratório do Senai já produziu o fio do algodão que, agora, será transformado no tecido que será usado para a fabricação da primeira camisa de malha genuinamente “made in Ceará”. E aí toda a cadeia produtiva celebrará a vitória sobre um fardo de desafios, problemas, dificuldades e burocracias públicas e privadas (estas também existem, podem crer).

Esta coluna insiste: até que o sonho do algodão 100% cearense aconteça, haverá obstáculos a vencer. E eles estão vindo de várias procedências. Leiam o que a seguir está escrito:

“A próxima safra brasileira de algodão que começará a ser colhida no Oeste da Bahia no final de maio, será recorde em 2024, chegando a 3,5 milhões de toneladas.

“O Mato Grosso é disparado o maior produtor de algodão no Brasil com uma área plantada de 1,4 milhão de hectares de algodão, correspondendo a 71% da produção prevista.

“A Bahia plantou 340 mil hectares resultando em 18,5% da produção brasileira. Goiás, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, Maranhão e Piauí ficam em torno de 25 a 35 mil hectares, totalizando em torno de 1,9 milhão de hectares de algodão plantada.”

São notícias da mídia especializada. Outra informação a quem interessar possa: entre os meses de agosto de 2023 e março de 2024, o Brasil exportou para a China 1,13 milhão de toneladas de algodão, ou seja, 62% a mais do que consome a indústria têxtil brasileira em um ano.

Os empresários da cotonicultura cearense estão arduamente dedicados à tarefa de expandir a área plantada de algodão, e para isto ampliam seus próprios investimentos em pesquisa, para o que contam com a parceria da Embrapa Algodão.

Neste ano, deveria ter sido colhida uma grande safra de algodão no Ceará, mas um prognóstico equivocado sobre a estação de chuvas deixou na dúvida empresários da cotonicultura estadual, que preferiram, temendo prejuízos, não investir na expansão da área cultivada.

Mas para 2025 a expectativa é, primeiro, de uma boa estação de chuvas; segundo, de um esforço concentrado dos cotonicultores com a Embrapa, cujos técnicos prestam consultoria para o melhor e mais eficiente resultado dos investimentos.

Ao Governo do Estado, os empresários envolvidos no projeto da revitalização da cultura do algodão fazem apenas um apelo, que é o mesmo do ano passado: que se recuperem as estradas vicinais dos municípios onde se desenvolve a cotonicultura no Ceará.

INVESTIR EM IMÓVEIS DÁ LUCRO, DIZ ADMINISTRADORA

Investir em imóveis com o objetivo de alugá-lo sempre foi um tradicional hábito de alguns brasileiros – os cearenses no meio – que querem uma renda extra. Trata-se de um investimento com retorno garantido.

E a localização do imóvel é um ponto importante a ser considerado por quem deseja investir em imóveis para lucrar com o aluguel, segundo indica levantamento feito no último mês de fevereiro pela SJ Imóveis, uma das maiores administradoras de imóveis do Ceará.

De fevereiro de 2022 a fevereiro deste ano, a locação de salas comerciais em Fortaleza cresceu 37,5% e o valor do aluguel também subiu 20,9%.

Os dados apontados levantados indicam como exemplo um edifício comercial localizado na Avenida Desembargador Moreira, na Aldeota, com 76m2, que custa por volta de R$530 mil.

“Se o cliente adquirir esse imóvel e quiser lucrar com o seu aluguel mensal, que é cerca de R$5.400,00, terá uma rentabilidade de 1,02% ao mês e de 12,24% ao ano, o que é um ótimo retorno financeiro", como explica Ronaldo Moura, diretor de mercado da SJ Imóveis.

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