Vereadora deve pedir afastamento de Dr. Jairinho, preso nas investigações da morte de Henry Borel
O caso deve ser discutido no Conselho de Ética da Câmara; Dr. Jairinho também faz parte do órgão
A vereadora do Rio de Janeiro Teresa Bergher (Cidadania) afirmou que vai pedir, ainda nesta quinta-feira (8), o afastamento do colega Dr. Jairinho (Solidariedade) da Câmara dos Vereadores, após ele ser preso nas investigações da morte do enteado de 4 anos, Henry Borel.
O Conselho de Ética da casa deve se reunir às 18h e discutir o caso. Teresa e o próprio Dr. Jairinho fazem parte do órgão. O presidente do Conselho, vereador Alexandre Isquierdo, deve discutir o caso com o procurador-geral da Câmara em reunião marcada para esta manhã.
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Teresa afirmou ao portal G1 que Jairinho precisa ser afastado imediatamente. "Pela imagem da casa, pela credibilidade de cada um de nós vereadores e por respeito a esta criança vítima de um cruel assassinato e a toda a população que representamos”, disse Bergher.
O vereador e a namorada, Monique Medeiros Costa e Silva, mãe de Henry, foram presos na manhã desta quinta-feira (8). O casal é suspeito de atrapalhar as investigações e ameaçar testemunhas do caso.
Segundo as investigações, Henry era agredido pelo vereador com chutes e pancadas na cabeça. A mãe do menino tinha conhecimento da violência desde o dia 12 de fevereiro, pelo menos.
Os investigadores do 16° Distrito Policial afirmam que Henry foi assassinado em 8 de março, com emprego de tortura e sem chance de defesa, conforme o portal G1.
A versão utilizada por Jairinho e Monique, de um acidente, foi desacreditada pelos policiais após o laudo médico feito após duas autópsias do corpo da criança. A perícia descreve múltiplos hematomas no abdômen e nos membros superiores.
Os agentes civis monitoravam a residência do casal desde a última segunda-feira (6). Nesta quarta-feira (7), Jairinho saiu da casa do pai, onde dormia, e buscou a namorada na casa dos sogros. Eles foram para outra residência, também na Tijuca, onde passaram a noite.
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Perfil violento
O vereador tem um histórico de violência. A polícia investiga se ele também agrediu outras duas crianças, filhos de suas ex-namoradas. Uma das crianças, hoje com 13 anos, prestou depoimento à polícia e contou sobre agressões que sofreu quando tinha cinco anos.
Em entrevista ao Fantástico, a mãe da adolescente disse que a filha relatou que Jairo a chutava, socava e a afogava na piscina.
"Já tinha mais de um ano que eu tinha me separado dele. Ela, um dia, assistindo a um programa de televisão com a minha mãe, sobre a questão do abuso infantil, teve uma crise de choro e contou", disse. Mãe e filha viveram com o vereador quando a criança tinha de 3 a 5 anos.