Conheça a trajetória política do vereador Dr. Jairinho, suspeito de matar criança Henry Borel
Preso nesta quinta-feira (8), a Polícia afirma que Jairo Souza Santos Junior submeteu a criança a uma sessão de torturas
O partido Solidariedade anunciou, nesta quinta-feira (8) que vai expulsar o vereador carioca Jairo Souza Santos Junior, o Dr. Jairinho, da sigla. O político, que foi preso nesta manhã, é investigado pela Polícia no âmbito do inquérito que apura a morte do seu enteado Henry Borel Medeiros, de 4 anos.
Além de Jairinho, a mãe do menino e companheira dele, a professora Monique Medeiros, também foi presa temporariamente. A Polícia suspeita que Henry tenha morrido após ser submetido pelo político a uma sessão de torturas, com o conhecimento de Monique.
"Diante dos novos fatos revelados, a Executiva Nacional do Solidariedade, em conjunto com a Estadual do partido, resolve expulsar, de forma sumária, o vereador Dr. Jairinho", disse o partido em nota.
Veja também
Conheça a trajetória do político
Jairinho foi o 16º mais votado dentre os 51 vereadores eleitos no Rio no ano passado. Eleito pela primeira vez em 2004, é figura conhecida do Legislativo carioca e filho de um ex-deputado estadual, o policial Coronel Jairo (PSC), que ficou na Assembleia Legislativa de 2003 a 2018.
Integrante do Conselho de Ética da Câmara, a vereadora Teresa Bergher (Cidadania) anunciou que vai pedir ainda nesta quinta-feira o afastamento dele da Casa; o colegiado se reúne às 18h.
"Precisa ser afastado imediatamente. Pela imagem da Casa, pela credibilidade de cada um de nós vereadores e por respeito a esta criança vítima de um cruel assassinato e a toda a população que representamos", disse ela.
O vereador chegou a ser líder do governo de Marcelo Crivella (Republicanos) na legislatura passada. O pai foi preso em 2018 pela Operação Furna da Onça, suspeito de receber mesada para aprovar projetos de interesse do governo de Sérgio Cabral (MDB).
Veja também
O reduto eleitoral do parlamentar e do pai sempre foi Bangu, na zona oeste do Rio, e seu entorno. Eles são, inclusive, apontados como envolvidos com milicianos. A equipe de reportagem do jornal O Dia, que foi torturada pela milícia na Favela do Batan, no bairro vizinho de Realengo, em 2008, já afirmou que pai e filho estariam naquela sessão de tortura. Os desdobramentos da investigação não foram suficientes para indiciá-los.
Foi em Bangu que a polícia encontrou Jairinho na manhã desta quinta, apesar dele ter morado por anos na Barra da Tijuca, bairro nobre da zona oeste, onde, inclusive, Henry morreu.
Mensagem do pai de Henry
Poucas horas antes da prisão do vereador, por volta da meia noite, o pai de Henry, o engenheiro Leniel Borelm, publicou um vídeo do menino nas redes sociais com legenda emocionada. Nesta quinta-feira completa um mês da morte da criança.
"Henry, 30 dias desde que te dei o último abraço. Nunca vou esquecer de cada minuto do nosso último final de semana juntos. Deixar você (com a mãe e Jairinho) bem, cheio de vida, com todos os sonhos e vontades de uma criança inocente. Desculpe o papai por não ter feito mais, lutado mais e protegido você muito mais", escreveu.