Veja imagens dos 60 corpos resgatados por moradores da Penha após megaoperação

Pelo menos 120 pessoas morreram na operação deflagrada nessa terça-feira (28).

Escrito por
Geovana Almeida* geovana.almeida@svm.com.br
(Atualizado às 12:19)

Imagens de moradores do Complexo da Penha, no Rio de Janeiro, organizando corpos em uma rua da comunidade para identificar seus familiares chamam atenção de todo o País, nesta quarta-feira (29).

A população encontrou, na madrugada, mais de 60 corpos em uma região de mata. Com isso, o número total estimado de vítimas da megaoperação policial na Cidade, deflagrada nessa terça (28), pode passar de 120 pessoas.

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Pela manhã, os corpos foram levados à Praça São Lucas, uma área de comércio popular no bairro, e posteriormente recolhidos para o Instituto Médio Legal (IML) pela Defesa Civil. Os corpos enfileirados atraíram uma multidão, incluindo familiares, moradores, curiosos e jornalistas da imprensa nacional e internacional.

Multidão de pessoas em uma rua movimentada participando do reconhecimento de corpos
Legenda: As vítimas foram encontradas na região conhecida como Vacaria, na Serra da Misericórdia.
Foto: Tomaz Silva /Agência Brasil.

A Serra da Misericórdia é o território onde ocorreram os confrontos mais intensos entre as forças de segurança e integrantes do Comando Vermelho.

Pessoas tristes e desesperadas em um ambiente de crise, com uma mulher consolando outra e várias pessoas deitadas no chão, em uma situação de emergência ou desastre.
Legenda: As famílias reconheceram os corpos das vítimas nas ruas da Praça São Lucas.
Foto: Tomaz Silva /Agência Brasil.

Equipes de emergência e populares no local de uma ocorrência com uma vítima sendo levada para o hospital, em uma rua movimentada.
Legenda: Os corpos foram levados para o Instituto Médio Legal (IML) pela Defesa Civil.
Foto: Tomaz Silva /Agência Brasil.

A Operação Contenção, realizada pelas forças policiais do Rio de Janeiro, foi planejada ao longo de dois meses e após um ano de investigações. As informações são do O Globo.

O objetivo era cumprir 100 mandados de prisão contra líderes do Comando Vermelho do Rio e do Pará, que estariam escondidos nas comunidades. 

Pessoas emocionadas e chorando durante uma tragédia, com um homem sendo atendido por socorristas em uma situação de emergência na rua. Diversas pessoas ao redor acompanham a cena com preocupação.
Legenda: A comunidade do Complexo da Penha se reuniu na praça na manhã desta sexta (29).
Foto: Tomaz Silva /Agência Brasil.

O recolhimento dos corpos gerou comoção de familiares.

Cena de socorro em um episódio triste com várias pessoas ao redor de corpos e equipes de emergência ao fundo, em um cenário de tragédia.
Legenda: 81 mandados de prisão foram cumpridos.
Foto: Tomaz Silva /Agência Brasil.

A operação culminou na prisão de 81 pessoas.

Mulher chorando em protesto ou reunião pública com uma multidão ao fundo, mostrando dor emocional, com destaque para a tatuagem nas costas e cabelo trançado.
Legenda: Cerca de 2,5 mil agentes, 32 blindados terrestres e dois helicópteros foram usados na operação.
Foto: Tomaz Silva /Agência Brasil.

Operação 'mais letal' desde 1990

De acordo com a BBC News, a operação foi a mais letal já registrada desde 1990 na região metropolitana do Rio pelo Grupo de Estudos dos Novos Ilegalismos da Universidade Federal Fluminense (Geni/UFF).

Acidente de trânsito com várias vítimas e dezenas de pessoas ao redor, equipe de resgate trabalhando emergencialmente neste cenário de emergência.
Legenda: A princípio, os corpos levados à praça não foram contabilizados no balanço oficial feito pelas autoridades.
Foto: Tomaz Silva /Agência Brasil.

O grande número de vítimas foi criticado pelo Alto Comissariado dos Direitos Humanos das Nações Unidas, que se disse "horrorizado" com a operação nas favelas.

Mulher chora emocionada em um momento de solidariedade e esperança durante uma tragédia, com muitas pessoas ao fundo e objetos ao redor.
Legenda: O governador do Rio de Janeiro, Cláudio Castro (PL), considerou a operação "um sucesso".
Foto: Tomaz Silva /Agência Brasil.

"Essa operação mortal amplia a tendência de consequências extremamente letais das operações policiais nas comunidades marginalizadas do Brasil. Lembramos as autoridades de suas obrigações sob as leis internacionais de direitos humanos e pedimos investigações ágeis e eficazes", disse o órgão na ONU na rede social X.

*Estagiária supervisionada pela jornalista Mariana Lazari.

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