Veja imagens dos 60 corpos resgatados por moradores da Penha após megaoperação
Pelo menos 120 pessoas morreram na operação deflagrada nessa terça-feira (28).
Imagens de moradores do Complexo da Penha, no Rio de Janeiro, organizando corpos em uma rua da comunidade para identificar seus familiares chamam atenção de todo o País, nesta quarta-feira (29).
A população encontrou, na madrugada, mais de 60 corpos em uma região de mata. Com isso, o número total estimado de vítimas da megaoperação policial na Cidade, deflagrada nessa terça (28), pode passar de 120 pessoas.
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Pela manhã, os corpos foram levados à Praça São Lucas, uma área de comércio popular no bairro, e posteriormente recolhidos para o Instituto Médio Legal (IML) pela Defesa Civil. Os corpos enfileirados atraíram uma multidão, incluindo familiares, moradores, curiosos e jornalistas da imprensa nacional e internacional.
A Serra da Misericórdia é o território onde ocorreram os confrontos mais intensos entre as forças de segurança e integrantes do Comando Vermelho.
A Operação Contenção, realizada pelas forças policiais do Rio de Janeiro, foi planejada ao longo de dois meses e após um ano de investigações. As informações são do O Globo.
O objetivo era cumprir 100 mandados de prisão contra líderes do Comando Vermelho do Rio e do Pará, que estariam escondidos nas comunidades.
O recolhimento dos corpos gerou comoção de familiares.
A operação culminou na prisão de 81 pessoas.
Operação 'mais letal' desde 1990
De acordo com a BBC News, a operação foi a mais letal já registrada desde 1990 na região metropolitana do Rio pelo Grupo de Estudos dos Novos Ilegalismos da Universidade Federal Fluminense (Geni/UFF).
O grande número de vítimas foi criticado pelo Alto Comissariado dos Direitos Humanos das Nações Unidas, que se disse "horrorizado" com a operação nas favelas.
"Essa operação mortal amplia a tendência de consequências extremamente letais das operações policiais nas comunidades marginalizadas do Brasil. Lembramos as autoridades de suas obrigações sob as leis internacionais de direitos humanos e pedimos investigações ágeis e eficazes", disse o órgão na ONU na rede social X.
*Estagiária supervisionada pela jornalista Mariana Lazari.