'Simplesmente agi', diz professora que imobilizou adolescente durante ataque em escola de SP

Cinthia diz que agiu com instinto de proteção e cuidado

Escrito por Redação ,
Entrevista de Cinthia Barbosa, professora de educação física que imobilizou o estudante agressor durante o ataque à escola estadual Thomazia Montoro, na zona oeste de São Paulo
Legenda: Em entrevista à imprensa, Cinthia relatou sobre a dificuldade em expressar os sentimentos neste momento difícil
Foto: Reprodução/Globo

Cinthia Barbosa, a professora de educação física que imobilizou o estudante agressor durante o ataque à escola estadual Thomazia Montoro, na zona oeste de São Paulo, comentou sobre a tragédia que deixou uma professora morta e outras três feridas.

Em entrevista à TV Bandeirantes nesta terça-feira (28), Cinthia relatou que não teve raiva do menor de idade ao imobilizá-lo e quis apenas impedir que ele prosseguisse com o ataque.

Instinto de proteção

Sobre o momento em que viu o autor do crime com a faca tentando ferir a colega, ela diz que agiu com instinto de proteção e cuidado.

"Eu ouvi esse movimento estranho e corri contra o fluxo. Os alunos estavam fugindo e eu fui em direção ao que estava acontecendo mesmo. Então, se a gente puder falar, foi o instinto de proteção de cuidado", disse a professora.

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Cinthia ainda comentou que, pelo olhar do adolescente, se ele "pudesse [continuar atacando], ele continuaria fazendo".

"Honestamente, eu não vou saber explicar de onde veio a força ou o instinto com relação à luta. Hoje, vendo a minha colega na situação em que ela estava, eu simplesmente agi, tentei imobilizar o adolescente, sem causar maiores ferimentos, no fim, mais do que estava acontecendo com a professora ali, mas eu creio que foi um instinto de proteção em ver uma colega de trabalho que está sempre ali, trabalhando com a gente, naquela situação".

Confusão de sentimentos

Ainda em entrevista à imprensa nesta manhã, antes de entrar no velório da professora Elisabete Tenreiro, assassinada durante o ataque, Cinthia relatou sobre a dificuldade em expressar os sentimentos neste momento difícil.

"É bastante difícil falar ainda assim porque acho que nesse momento as emoções estão bem afloradas. Então, eu vou me limitar a tudo isso que eu estou sentido agora, a me expressar ali dentro agora com meus colegas. Embora o momento não seja para isso, ou talvez seja porque é uma confusão de sentimentos, eu quero passar energia para os meus colegas, para família, para toda nossa comunidade escolar, também para todo um sistema de educação. Então, eu vou lá agora. É só amor", disse ela, conforme informações do portal g1.

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Nas imagens registradas por câmeras de segurança, é possível ver Cinthia entrando na sala e o aluno com o rosto coberto com uma máscara, esfaqueando a outra professora. A partir daí, ela vai ao encontro do adolescente e consegue imobilizá-lo. Na sequência, outra professora aparece na sala e consegue tirar a faca da mão do jovem. 

 

Ato heroico

Na segunda (27), o secretário da Segurança Pública, Guilherme Derrite, definiu a atitude da educadora como um ato heroico que evitou uma tragédia ainda maior.

"Vale ressaltar o ato heroico da professora Cinthia, de educação física. Foi ela quem imobilizou o agressor, ela que fez com que a faca fosse retirada dele. Não fosse essa ação heroica dela, certamente a tragédia teria sido muito maior", afirmou Derrite.

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