Policial é morto com tiro na cabeça em operação na Cidade de Deus, no Rio de Janeiro
Agente da Core foi atingido na cabeça durante ação contra produção irregular de gelo no Rio de Janeiro

O policial civil José Antônio Lourenço, da Coordenadoria de Recursos Especiais (Core), morreu nesta segunda-feira (19) durante uma operação na comunidade da Cidade de Deus, Zona Oeste do Rio de Janeiro. O agente foi baleado na cabeça. Ele chegou a ser socorrido em estado grave ao Hospital Municipal Lourenço Jorge, na Barra da Tijuca, mas não resistiu aos ferimentos.
A operação foi organizada pela Delegacia do Consumidor (Decon) com apoio da Core e tinha como foco a fiscalização de fábricas e depósitos ligados à produção de gelo. O material estaria sendo vendido por ambulantes e quiosques nas praias da Barra da Tijuca e do Recreio, segundo a Polícia Civil.
De acordo com a corporação, a ação cumpria mandados de busca e apreensão em locais suspeitos de utilizar água contaminada. Exames realizados pela Companhia Estadual de Águas e Esgotos do Rio de Janeiro (Cedae) detectaram coliformes fecais nas amostras coletadas durante fiscalizações anteriores. A operação foi um desdobramento de uma blitz realizada em fevereiro, que identificou irregularidades semelhantes.
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Troca de tiros e morte do agente
Durante o cumprimento das diligências, houve troca de tiros e o agente foi atingido na cabeça. Imagens que circulam nas redes sociais mostram o momento em que ele é socorrido por colegas em meio ao confronto. Cápsulas e marcas de sangue ficaram espalhadas pela área do tiroteio.
A Delegacia de Homicídios da Capital (DHC) investiga o caso. Até o momento, não há registro de prisões ou apreensões relacionadas à ocorrência.
Segundo a Secretaria de Estado de Polícia Civil, o agente foi “brutalmente assassinado por criminosos” durante a ação.
A morte na Cidade de Deus gerou impacto imediato, com manifestação que fechou a Linha Amarela por cerca de 20 minutos. Motoristas abandonaram seus carros e se deitaram no chão após tiros serem disparados. A Polícia Militar atuou para liberar as vias bloqueadas, envolvendo equipes do 18º BPM, Recom e BPVE.
Escolas e unidades de saúde foram afetadas
Devido à operação, 19 linhas de ônibus foram desviadas. Três unidades de saúde foram fechadas, segundo a Secretaria Municipal de Saúde. A Secretaria Estadual de Educação informou que uma escola foi fechada. A rede municipal suspendeu as aulas do turno da tarde na comunidade.
Ainda segundo a Prefeitura, há um protocolo firmado com a Cruz Vermelha Internacional que orienta os procedimentos em dias de operação. As escolas devem seguir o plano “Acesso Mais Seguro”, que prevê o deslocamento dos estudantes para áreas previamente mapeadas como seguras, como corredores junto às paredes internas.
Um estabelecimento onde funcionava uma fábrica de gelo foi interditado por uso de água imprópria, e uma pessoa foi levada à delegacia.
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