Polícia investiga queimaduras graves em paciente que fez peeling de fenol em Curitiba

Profissional que fez o procedimento é suspeita de crimes de lesão corporal, exercício ilegal da medicina e uso de produto falsificado

Escrito por Diário do Nordeste/Estadão Conteúdo ,
PCPR
Legenda: PCPR apreendeu produtos irregulares na clínica estética localizada em Curitiba
Foto: Divulgação/PCPR

A Polícia Civil do Paraná (PCPR) abriu um inquérito policial para investigar o caso de uma mulher hospitalizada após fazer um peeling de fenol em Curitiba. A profissional que fez a aplicação é suspeita de crimes de lesão corporal, exercício ilegal da medicina e uso de produto falsificado destinado a fins terapêuticos ou medicinais.

O procedimento foi realizado no dia 25 de maio. Após 11 dias do procedimento, a mulher sentiu dores intensas e foi hospitalizada. Segundo a delegada da PCPR, Aline Manzatto, a vítima sofreu queimaduras de segundo e terceiro graus e passou por uma intervenção cirúrgica para tratar a derme facial.

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"Apuramos também que, por diversas ocasiões após o procedimento, a vítima e os familiares questionaram a profissional sobre a necessidade de assistência médica, a qual teria afirmado que as dores eram normais e apenas recomendou a aplicação de uma pomada no rosto", afirma a delegada.

A profissional que aplicou o peeling se identifica como biomédica. As diligências continuam a fim de esclarecer por completo os fatos, segundo a polícia.

PRODUTOS APREENDIDOS

A Polícia Civil, em conjunto com a Vigilância Sanitária (Visa), apreendeu produtos injetáveis irregulares durante operação deflagrada na manhã desta quinta-feira (13), na clínica estética onde o procedimento foi realizado.

No local, foram encontrados produtos vencidos, sem registro na Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), e fenol manipulado em nome da profissional para serem aplicados nos pacientes.  

“Os produtos usados não estavam em conformidade, então durante o cumprimento do mandado de busca nos apreendemos produtos injetáveis, desde ácido hialurônico vencido, produtos que não tem registro na Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), como colágeno e o próprio fenol”, relatou a delegada Aline Manzatto.

A Vigilância Sanitária ainda verificou que a mulher não possui o registro valido para atuar com procedimentos invasivos.

Peeling de fenol causou morte de paciente em SP

Um homem de 27 anos morreu após fazer um procedimento estético no rosto em uma clínica da zona sul de São Paulo na semana passada. O estúdio pertence à influencer Natalia Becker, responsável por aplicar a técnica chamada "peeling de fenol".

A Polícia Civil investiga o caso como homicídio e aguarda resultados de exames para determinar a causa da morte do empresário Henrique da Silva Chagas.

O companheiro de Henrique, que o acompanhou até a clínica, relatou à polícia a última conversa que os dois tiveram, logo após o procedimento. Ele disse que o empresário estava tremendo e reclamando de muita dor. Depois de alguns minutos, ficou ofegante e gritou por socorro, ainda na sala de operação.

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