Pedro Guimarães praticava assédio moral contra funcionários, diz jornal
Ex-presidente da Caixa tinha comportamento agressivo com subordinados
Áudios de reuniões com Pedro Guimarães, agora ex-presidente da Caixa, revelam episódios de assédio moral praticados por ele contra funcionários do banco estatal. São relatos de constrangimentos, autoritarismo e até de fúria. Os registros foram obtidos pelo portal Metrópoles.
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Conforme o site, Guimarães elevava a voz com frequência e recorria a um vocabulário grosseiro quando os subordinados tinham atitudes que o desagradavam.
Em uma das gravações, ele teria se irritado com uma nova deliberação de que ele só poderia participar de até dois conselhos do banco. A norma havia sido estabelecida pelo conselho, que não o consultou.
O Metrópoles destacou que a mudança gerou fúria de Guimarães porque trouxe impactos financeiros a ele. Isso porque, o ex-presidente chegou a participar de 18 conselhos e, na maioria deles, era remunerado. A soma total chegava a R$ 130 mil, segundo a reportagem.
Por causa da regra, Pedro Guimarães chegou a dizer no áudio que os executivos estariam trabalhando contra ele e a gestão de Bolsonaro, e mereciam "se f****" caso o ex-presidente Lula volte ao Palácio do Planalto".
Ainda nessa mesma teleconferência, a reportagem aponta que Guimarães pediu o CPF de todos os subordinados presentes para puni-los com a perda de cargos se o conteúdo da reunião vazasse.
Essa tarefa teria que ser feita por Celso Leonardo Derziê Barbosa, um dos diretores da Caixa e amigo pessoal dele, porque Álvaro Pires, assessor do gabinete da presidência, era "pau mole", isto é, não teria coragem para recolher os CPFs.
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'É a minha decisão'
Guimarães fez questão de dizer que não levaria em consideração a opinião dos subordinados porque ele quem tinha o poder de decisão na Caixa Econômica.
“Caguei para a opinião de vocês, porque eu que mando. Não estou perguntando. Isso aqui não é uma democracia, é a minha decisão”, gritou.
O ex-presidente também "manda todo mundo tomar no c*" ao dizer que, mesmo a decisão tivesse sido avalizada por algum dos vice-presidentes da Caixa, a pauta deveria ter passado pela aprovação da presidência.
Palavrões e acesso de raiva
Funcionários ouvidos pelo Metrópoles relataram ser frequentes os episódios em que Pedro Guimarães usava expressões ácidas e termos pornográficos, como "paulo mole", "júnior" e "faixa branca".
Apesar desse comportamento, Guimarães tinha medo de estar gravado e tinha o hábito de confiscar o telefone dos funcionários para se certificar de que não estaria sendo filmado.
Uma das pessoas ouvidas na matéria também citou que o ex-chefe deu um soco na TV instalada em uma das salas da diretoria, já danificou um computador e até jogou um celular funcional contra a parede.