Mãe e irmão de Djidja Cardoso sofrem crise de abstinência em presídio
Advogada argumenta que a saúde dos acusados é prioridades, nesse momento
Lidiane Roque, advogada de defesa da família da ex-sinhazinha do Boi Garantido, Djidja Cardoso, revelou à imprensa, na manhã desse domingo (2), que seus clientes estão sofrendo crises de abstinência por cetamina nas unidades prisionais onde estão.
Segundo a advogada, Cleusimar, a mãe de Djidja, é a que mais vem sofrendo com a abstinência, apresentando sinais como tremedeira, muito suor e ansiedade. Ademar, irmã da ex-sinhazinha, e Verônica Costa, gerente da rede de salão de beleza da família Cardoso, também estão passando por crises, no entanto, mais controladas.
"Eles não estão precisando de julgamentos. Eles não estão precisando de xingamentos. Eles estão precisando de que as pessoas entendam. A sociedade brasileira precisa entender que isso é uma situação grave. Não está afetando só a família Cardoso. Sabemos que muitas pessoas estão tendo acesso a esse tipo de droga, que é devastadora, que é altamente viciante, e a gente precisa pensar em políticas públicas sérias", defende Lidiane.
A droga responsável por causar dependência na família Cardoso, é a cetamina, uma substância utilizada como anestésico, analgésico e até no tratamento da depressão.
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Causa da morte de Djidja
A morte da ex-sinhazinha Djidja Cardoso foi causada por um edema cerebral, segundo o laudo preliminar do Instituto Médico Legal (IML). Segundo informações do g1, o documento revela que a morte foi ocasionada por “depressão dos centros cardiorrespiratórios centrais bulbares; congestão e edema cerebral de causa indeterminada”.
O edema teria afetado a parte do cérebro responsável pelo coração e respiração, o que levou a vítima a óbito. No entanto, o laudo não aponta o que teria ocasionado o edema.
As investigações da polícia apontam que a morte da ex-sinhazinha está relacionada a uma overdose de cetamina. O resultado da necropsia e do exame toxicológico deve ser finalizado ainda neste mês.
Operação Mandrágora
Na última quinta-feira (30), Ademar, Cleusimar e Verônica, foram presos na Operação Mandrágora. Eles não prestaram depoimento à polícia, devido aos seus estados, sob forte efeito de drogas. Além deles, Marlisson Vasconcelos e Claudiele Santos, funcionários da família Cardoso, também foram pegos na ação.
Conforme as investigações, a Polícia Civil descobriu que os cinco presos integravam uma seite chamada "Pai, Mãe, Vida", que forçava o uso de cetamina em rituais na capital do Amazonas.
"Acompanhei essa progressão e fui testemunha ocular. No começo era discreto e passou a não ser mais. Hoje é visivelmente e explicitamente entender que os meus clientes precisam de ajuda médica", contou a advogada, que explicou ter acompanhado o avanço do vício dos clientes.
Lidiane afirma que não existia prática de grupo religioso e que tudo não passava de discursos realizados enquanto os suspeitos estavam sob efeito da substância.
"Não existe esse negócio de ritual e de que funcionários e amigos eram obrigados ou coagidos a usar a droga. Não existia isso. Eles ofereciam sob efeito de drogas, com aquele argumento, com aquela alegação da transcendência da evolução espiritual", disse.
Agora, Polícia e defesa aguardam o resultado do exame de necropsia realizado pelo Instituto Médico Legal (IML) de Djidja Cardoso, que deve sair em até 30 dias. O documento será fundamental para a investigação, pois, poderá ser usado como prova para acusações de tráfico de drogas e associação para o tráfico contra a família Cardoso.