Mãe brasileira se muda para o Paraguai em busca de filho desaparecido que estudava medicina no país
Natural de Ponta Grossa, Paraná, a mulher criou uma associação para ajudar famílias a encontrarem pessoas desaparecidas
A paranaense Isabel Streski se mudou para o Paraguai em busca do filho, Antonio Augusto Streski Manjinski, que estudava medicina no país e desapareceu há dois anos e quatro meses. Ela tomou a atitude após não ter retorno da polícia sobre o paradeiro do jovem, e atualmente usa sua experiência para ajudar famílias em situações semelhantes.
Natural de Ponta Grossa (PR), Isabel revelou ao portal g1 em entrevista publicada nesta terça-feira (4) que não tem apoio das autoridades paraguaias, e conduz investigações sozinha.
A mulher criou uma associação para famílias de pessoas desaparecidas, e relata que já ajudou a encontrar 83 pessoas. A esperança, após mais de dois anos, ainda é achar o Antonio.
"Isso é o que mais me desconsola, porque eu consigo encontrar tanta gente, e peguei uma experiência tão grande [...] E não encontrar uma pista que seja em relação ao Antonio Augusto, isso me desespera", conta.
Isabel morava no Paraguai com seu filho mais novo, de 13 anos. Ela relata que passa por tratamento psicológico por conta da dor causada pelo sumiço do filho mais velho.
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Desaparecimento
Antonio Augusto morava na cidade de Mariano Roque Alonso, na região metropolitana de Assunção, capital do Paraguai. O jovem tinha 25 anos na época do desaparecimento, no dia 4 de outubro de 2022. O brasileiro cursava o último ano de medicina na Universidad María Auxiliadora (Umax).
Isabel morava nos Estados Unidos quando Augusto desapareceu. Logo depois, ela viajou para o Paraguai, e começou a saga.
Ela acredita que o filho foi vítima de algum crime, mas nenhuma apuração consegui pistas: "Eu toquei todas as portas, eu investiguei mais do que, creio eu, qualquer investigador 'normal' investigaria. Eu fui em lugares que nem a própria polícia entra! Eu fui em todos os cantos, não deixei de lado nem uma pista – por pequena que fosse".
"São algumas hipóteses que eu levanto, que não podemos muito tocar no assunto sem ter provas. [...] Mas eu não vou desistir, vou encontrar meu filho da forma que for. Ele foi esperado, ele foi sonhado, ele foi desejado. [...] Então eu não vou abandoná-lo; seja da forma que for, eu vou encontrá-lo", compartilha Isabel.
A mãe indica que pediu ajuda ao Itamaraty, e solicitou que a Polícia Civil (PF) e a Polícia Civil do Paraná fossem envolvidas.
Ao g1, o Ministério das Relações Exteriores explicou que a função do consulado é "apoiar familiares e representantes jurídicos na busca por informações que ajudem na elucidação dos fatos e na localização do desaparecido, respeitando-se as normas locais".