Justiça manda soltar Vorcaro, dono do Master
Daniel Vorcaro deverá usar tornozeleira eletrônica.
O Tribunal Regional Federal (TRF) da 1ª Região mandou soltar, nesta sexta-feira (28), o banqueiro Daniel Vorcaro e mais quatro sócios do Banco Master. O habeas corpus foi concedido pela desembargadora Solange Salgado da Silva.
Com a decisão, Vorcaro e os sócios Augusto Ferreira Lima, Luiz Antonio Bull, Alberto Feliz de Oliveira e Angelo Antonio Ribeiro da Silva deverão usar tornozeleira eletrônica e estão proibidos de exercer atividades no setor financeiro, de ter contato com outros investigados e de sair do país.
Vorcaro foi preso pela Polícia Federal (PF) no dia 17 deste mês enquanto tentava embarcar para o exterior em seu jatinho particular no Aeroporto de Guarulhos. Atualmente, ele está detido no Centro de Detenção Provisória (CDP) de Guarulhos (SP).
No último dia 20, a desembargadora Solange Salgado havia rejeitado o habeas corpus da defesa por identificar que a soltura ofereceria risco às investigações.
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INVESTIGAÇÃO
O banqueiro é apontado como líder de um esquema fraudulento que envolvia carteiras "pobres", emitidas por empresas de fachada ou fantasmas, controladas pela instituição financeira, recentemente liquidada pelo Banco Central.
Defesa diz que Vorcaro não estava fugindo
Na solicitação, os representantes do suspeito argumentam que ele nunca teve a intenção de fugir do País ou de se esconder das autoridades.
Os juristas afirmam que o banqueiro não tentou dilapidar o patrimônio ou ocultar valores, e destacam que o bloqueio de bens já decretado pela Justiça evitaria o risco de que isso ocorra.
Conforme o jornal Folha de S. Paulo, a defesa também aponta que teria havido constrangimento ilegal ao cliente e que a decisão que determinou a prisão teria diversas fragilidades.
Os advogados ainda argumentaram que não há elementos concretos indicando que Vorcaro possa interferir nas investigações ou praticar condutas ilegais no contexto atual, considerando que está afastado de suas funções.
De que Vorcaro é suspeito?
Na decisão que culminou na prisão do banqueiro, o juiz federal Ricardo Leite, da 10ª Vara Federal de Brasília, detalhou que ele comandaria um sistema que envolvia carteiras "podres", emitidas por empresas de fachada ou fantasmas, controladas pelo Banco Master.
"Seu comando nestes comportamentos ilícitos é notória, já que exerce a presidência do Banco Master desde o início das anormalidades e, à época dos fatos, juntamente com Augusto Lima [seu ex-sócio, também preso] eram os responsáveis pelas decisões da instituição e pelas relações públicas do Banco, sendo os principais interlocutores com o BRB", justificou o magistrado, conforme a Folha.