Estátua de Marielle Franco é inaugurada no Rio de Janeiro
Monumento em tamanho real foi instalado na praça Mário Lago, onde Marielle costumava organizar reuniões e atos públicos
Uma estátua em homenagem à ativista e vereadora do Rio de Janeiro, Marielle Franco, foi inaugurada na capital fluminense por familiares, amigos e simpatizantes nesta quarta-feira (27), dia em que ela completaria 43 anos.
Obra do escultor Edgar Duvivier, o monumento em tamanho real foi instalado na praça Mário Lago, popularmente conhecida como Buraco do Lume, no centro do Rio, onde Marielle costumava organizar reuniões e atos públicos para prestar contas sobre seu trabalho na Câmara Municipal da cidade.
"Numa sociedade que é extremamente racista, temos a estátua de Marielle Franco para nos lembrar do mundo que queremos construir", disse Mônica Benício, viúva de Marielle.
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O monumento, que representa Marielle sorrindo e com o punho esquerdo levantado, foi financiado por meio de uma arrecadação organizada pelo Instituto Marielle Franco, uma ONG dedicada a difundir o seu legado.
"Essa estátua hoje, a quantidade de mulheres que se espelham hoje em Marielle Franco, é a prova de que ela não foi interrompida [com o assassinato]", disse à AFP a professora Rose Cipriano, que estava com Marielle em seu último compromisso público antes do crime, um debate de mulheres no centro do Rio.
Assassinato de Marielle continua sem solução
Negra, lésbica e nascida na favela, Marielle foi assassinada a tiros junto com seu motorista, Anderson Gomes, em 14 de março de 2018, aos 38 anos. O crime causou comoção no país e também gerou indignação no exterior.
Militante do Partido Socialismo e Liberdade (PSOL), Marielle era uma firme defensora dos direitos dos jovens negros, das mulheres, da comunidade LGBTQIA+ e era bastante crítica da violência policial nas comunidades carentes do Rio de Janeiro.
Quase um ano depois de sua morte, em março de 2019, os investigadores prenderam dois ex-policiais, Ronnie Lessa e Élcio de Queiroz, acusados respectivamente de efetuar os disparos e dirigir o carro que perseguiu a vereadora depois que ela havia deixado uma reunião de trabalho.
Os dois negam participação no crime e permanecem presos, à espera de um julgamento. Contudo, até agora, a polícia não determinou quem foi o mandante do crime nem sua motivação.