Desmatamento na Amazônia brasileira bate novo recorde
Dados divulgados pelo Instituto Brasileiro de Pesquisas Espaciais (INPE) nesta sexta-feira (8), revelam um aumento de 55% em relação ao mesmo período do ano passado
O desmatamento na Amazônia brasileira atingiu um novo recorde nos primeiros quatro meses do ano, de acordo com dados oficiais divulgados nesta sexta-feira (8), que revelam uma tendência preocupante após os incêndios que proliferaram na região em 2019.
Entre janeiro e abril, 1.202 quilômetros quadrados de floresta foram devastados, segundo dados baseados em imagens de satélite do Instituto Brasileiro de Pesquisas Espaciais (INPE), órgão do governo.
Isso significa um aumento de 55% em relação ao mesmo período do ano passado e é o número mais alto para o período de janeiro a abril desde 2016, quando as medições foram iniciadas.
Esses dados novamente questionam a política do presidente Jair Bolsonaro em relação à proteção da maior floresta do planeta, que o Brasil abriga 60%.
Cético em relação às mudanças climáticas, Bolsonaro foi criticado pela comunidade internacional por minimizar os incêndios que atingiram a região entre maio e outubro.
Somente em 2019, os incêndios contribuíram para a destruição de 10.123 quilômetros quadrados de floresta na Amazônia brasileira, ultrapassando a marca de 10.000 quilômetros quadrados pela primeira vez desde 2008.
A tendência para 2020 é ainda mais preocupante porque o período de incêndios começa em maio, com o início da estação seca.
O desmatamento é causado em grande parte por madeireiros ilegais além da mineração e agricultura em áreas protegidas.
Depois de derrubar as árvores, os invasores usam o fogo para limpar a área.
Bolsonaro pretende abrir mais regiões protegidas à atividade econômica, argumentando que os povos indígenas devem poder explorar economicamente suas terras ancestrais.
Na quinta-feira, ele assinou um decreto autorizando as Forças Armadas a combater incêndios e supervisionar o trabalho de agências ambientais entre 11 de maio e 10 de junho.
Os ambientalistas argumentam que seria melhor aumentar o orçamento e o número de funcionários em agências ambientais.