Covid-19: Brasil receberá 1,6 milhão de doses de vacina de Oxford até março

Envio será pela Covax Facility, aliança da OMS para distribuição igualitária de vacinas no mundo

Escrito por Estadão Conteúdo ,
Vacina da Astrazeneca/Oxford
Legenda: Vacina da Astrazeneca/Oxford está sendo usada na imunização de idosos no Ceará
Foto: Camila Lima

O Brasil receberá 1,6 milhão de doses da vacina AstraZeneca/Oxford no primeiro trimestre do ano pela Covax Facility, aliança da Organização Mundial da Saúde (OMS) para a distribuição igualitária de vacinas contra a Covid-19 entre os países. O total é somente 15% da quantia prevista no primeiro lote.

Das 10.672.800 doses programadas, entre 4,4 milhões e 6 milhões devem ser entregues no segundo trimestre (42% a 56%). O fornecimento do restante deve ser feito no segundo semestre do ano.

Veja também

O documento com os 337,2 milhões de doses a serem distribuídos no primeiro e segundo trimestres deste ano, sendo algumas doses no segundo semestre do ano, foi divulgado nesta quarta-feira (3). Ele se refere aos 336 milhões de doses da AstraZeneca/Oxford, sendo 240 milhões deste total são licenciadas pelo Instituto Serum da Índia e 1,2 milhão de doses do uso emergencial da OMS da vacina Pfizer-BioNTech.

As doses distribuídas pelo consórcio cobrirão, em média, 3,3% da população total dos 145 países participantes, conforme citou o documento.

Entre os países que receberão maior número de doses estão Índia (97.164.000), Paquistão (17.160.000), Nigéria (16.008.000), Indonésia (13.708.800) e Bangladesh (12.792.000).

Veja também

Ainda segundo o texto, os números, no entanto, estão sujeitos a possíveis alterações. "É importante ressaltar que a distribuição indicativa é baseada na comunicação atual de estimativas de disponibilidade dos fabricantes. A este respeito, é provável que a distribuição precise ser ajustada à luz de circunstâncias que são difíceis de prever e variáveis que estão em constante evolução", acrescentou.

Incertezas

A entrega das doses está prevista para o fim de fevereiro, mas o fornecimento ainda está sujeito à negociação e execução de contratos adicionais necessários, capacidade de transporte e manuseio, assim como da confirmação da aceitação regulatória da OMS pelos países participantes.

No último sábado (30), a iniciativa da OMS comunicou ao Ministério da Saúde que deveria enviar ao Brasil entre 10 milhões e 14 milhões de doses do imunizante desenvolvido pela AstraZeneca/Oxford a partir de fevereiro.

O Brasil aderiu ao consórcio Covax Facility a partir de Medidas Provisórias editadas pelo Poder Executivo no fim do ano passado e que estão à espera de votação na Câmara e no Senado. O Brasil é um dos 191 países que integram o consórcio, que envolve a disponibilização de vacinas de 10 laboratórios diferentes.

Vacina

A vacina Oxford/AstraZeneca já é usada no Brasil em caráter emergencial. As primeiras 2 milhões de doses foram produzidas em um laboratório indiano e distribuídas aos Estados.

A Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), que tem parceria com a farmacêutica e com a universidade para desenvolvimento do imunizante no Brasil, pediu na sexta-feira passada (29) à Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) o pedido para uso definitivo da vacina.

Até o fim de 2021, o acordo do Brasil com a Covax Facility estima que sejam enviadas 42,5 milhões de doses ao País. Em média, 2 bilhões de doses da vacina serão distribuídas em 2021 para 92 países pobres.

Assuntos Relacionados