Corpo de Juliana Marins passará por nova autópsia no Brasil nesta quarta-feira (2)
O novo exame deve contar com a presença de representante da família e de um perito da Polícia Federal
O corpo de Juliana Marins, brasileira que morreu durante uma trilha no Monte Rinjani, na Indonésia, já chegou ao Brasil e passará por nova autópsia na manhã desta quarta-feira (2). O procedimento será realizado no Instituto Médico Legal (IML) Afrânio Peixoto, no Centro do Rio de Janeiro.
Conforme acordo entre a Advocacia-Geral da União (AGU), a Defensoria Pública da União (DPU) e o governo estadual do Rio de Janeiro, a nova autópsia deve contar com a presença de representante da família e de um perito da Polícia Federal, após determinação da Justiça Federal. As informações são do jornal O Globo.
O novo exame foi solicitado pela família da vítima, que apontou inconsistências no atestado de óbito emitido pela Embaixada do Brasil em Jacarta, capital da Indonésia. O documento, baseado nos dados das autoridades estrangeiras, não esclareceu quando Juliana Marins faleceu, já que ela caiu na trilha do vulcão em 21 de junho (20, no Brasil), mas só foi resgatada, sem vida, no dia 25.
"A certidão de óbito emitida pela Embaixada do Brasil, em Jacarta, se baseou em autópsia realizada pelas autoridades indonésias, mas não trouxe informações conclusivas sobre o momento exato do falecimento", diz nota da Defensoria Pública da União (DPU).
"Com auxílio da GGIM da Prefeitura de Niterói, acionamos a Defensoria Pública da União (DPU-RJ), que imediatamente fez o pedido na Justiça Federal solicitando uma nova autópsia no caso da minha irmã, Juliana Marins. Acreditamos no Judiciário Federal brasileiro e esperamos uma decisão positiva nas próximas horas", escreveu a irmã de Juliana, Mariana Marins, nas redes sociais.
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A gente não tem certeza de muita coisa, porque foram muitos descasos. Não queríamos dar mais esse passo, mas infelizmente entendemos ser necessário para sabermos o que realmente aconteceu com a Juliana
Como o corpo chegou ao Brasil?
O corpo de Juliana chegou ao Brasil na tarde desta terça-feira (1°). O desembarque ocorreu no Aeroporto Internacional de São Paulo, em Guarulhos, por volta das 17h, e seguiu direto para o Rio de Janeiro. O translado aconteceu internamente em cerca de uma hora e teve o apoio da Força Aérea Brasileira (FAB).
O que falta esclarecer sobre a morte de Juliana Marins
- Houve emissão de socorro por parte das autoridades da Indonésia? Esta é a principal controvérsia em torno da morte de Juliana Marins e, dependendo do resultado, poderá levar à responsabilização civil e criminal.
- Quando a brasileira morreu? A primeira autópsia foi realizada na quinta-feira (26/6) em um hospital na ilha de Bali, quando o legista responsável informou que o falecimento teria ocorrido logo após a queda da jovem, ainda no sábado (21/6), devido a um forte traumatismo. No entanto, imagens de drones de turistas sugerem que Juliana tenha resistido ao acidente inicial e esperado dias pelo resgate.
A expectativa é de que um novo exame, agora em território nacional, esclareça definitivamente as causas e o momento da morte da jovem publicitária.
O que diz a primeira autópsia
O corpo da brasileira foi submetido a uma autópsia na última quinta-feira, no Hospital Bali Mandara, na província indonésia de Bali. O resultado do exame, revelado na sexta-feira (27), indicou que um trauma contundente na região do tórax teria sido a causa da morte da publicitária, conforme a BBC.
O especialista forense Ida Bagus Alit detalhou, à imprensa, que a jovem de 26 anos teve sangramento e órgãos internos danificados devido às seguintes lesões:
- Fraturas no tórax, ombro, coluna e coxa;
- Arranhões e escoriações.
O especialista forense indonésio explicou, à imprensa do país, não haver evidências que indiquem que a brasileira tenha morrido muito tempo após os ferimentos, segundo as informações da BBC.
"Havia um ferimento na cabeça, mas nenhum sinal de hérnia cerebral. A hérnia cerebral geralmente ocorre de várias horas a vários dias após o trauma. Da mesma forma, no tórax e no abdômen, houve sangramento significativo, mas nenhum órgão apresentou sinais de retração que indicassem sangramento lento. Isso sugere que a morte ocorreu logo após os ferimentos".
A partir dos resultados da autópsia de Juliana Marins, o especialista estimou que ela morreu cerca de 20 minutos após sofrer as lesões.