Família de Juliana Marins solicita nova autópsia do corpo da turista no Brasil
Defensoria Pública alega que causa e momento da morte não foram esclarecidos

A família da brasileira Juliana Marins revelou, nesta segunda-feira (30), que solicitou que o corpo da jovem seja submetido a uma nova autópsia — exame que investiga circunstâncias e causas da morte. A jovem, de 26 anos, foi encontrada sem vida, na semana passada, após cair e deslizar num penhasco enquanto realizava uma trilha próximo ao vulcão Rinjani, na Indonésia.
Com o auxílio do Gabinete de Gestão Integrada Municipal da Prefeitura Niterói, os parentes acionaram a Defensoria Pública da União (DPU-RJ) que, imediatamente, acionou a Justiça Federal sobre o pedido para a realização de outro exame.
"Acreditamos no Judiciário Federal brasileiro e esperamos uma decisão positiva nas próximas horas", escreveu a família em postagens sobre o assunto.
Ao g1, a defensora Taísa Bittencourt Leal Queiroz disse que o novo pedido foi feito devido à "ausência de esclarecimento sobre a causa e o momento exato em que a vítima morreu". Ela pede que a perícia seja feita em, no máximo, seis horas após a chegada do corpo da brasileira ao Rio de Janeiro.
Até o fim da manhã desta segunda (pelo horário de Brasília), o corpo de Juliana Marins seguia na Indonésia, após o voo da companhia Emirates, que deveria trazê-lo ao Brasil, alegar lotação do bagageiro da aeronave. "Pedimos que o descaso com Juliana acabe", reagiram os parentes da publicitária com o adiamento do translado, pago pela Prefeitura de Niterói (RJ).
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O que diz a primeira autópsia de Juliana Marins
O corpo da brasileira foi submetido a uma autópsia na última quinta-feira (26), no Hospital Bali Mandara, na província indonésia de Bali, após ser transportado do Hospital Bhayangkara, localizado onde o vulcão Rinjani está, já que o local não dispunha de peritos.
O resultado do exame, revelado na sexta-feira (27), indicou que um trauma contundente na região do tórax teria sido a causa da morte da publicitária, conforme a BBC.
O especialista forense Ida Bagus Alit detalhou, à imprensa, que a jovem de 26 anos teve sangramento e órgãos internos danificados devido às seguintes lesões:
- Fraturas no tórax, ombro, coluna e coxa;
- Arranhões e escoriações.
"A vítima sofreu ferimentos devido à violência e fraturas em diversas partes do corpo. A principal causa de morte foram ferimentos na caixa torácica e nas costas", ressaltou o médico.
Quando Juliana Marins morreu?
O especialista forense indonésio explicou, à imprensa do país, não haver evidências que indiquem que a brasileira tenha morrido muito tempo após os ferimentos, segundo as informações da BBC.
Havia um ferimento na cabeça, mas nenhum sinal de hérnia cerebral. A hérnia cerebral geralmente ocorre de várias horas a vários dias após o trauma. Da mesma forma, no tórax e no abdômen, houve sangramento significativo, mas nenhum órgão apresentou sinais de retração que indicassem sangramento lento. Isso sugere que a morte ocorreu logo após os ferimentos."
A partir dos resultados da autópsia de Juliana Marins, o especialista estimou que ela morreu cerca de 20 minutos após sofrer as lesões.