Após fala de Bolsonaro, ministro da Educação nega interferência na elaboração do Enem
Milton Ribeiro afirmou que não teve acesso ao conteúdo das provas e exame seguiu critérios técnicos
Um dia após o presidente Jair Bolsonaro declarar que as questões do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) "começam a ter a cara do governo", o ministro da Educação, Milton Ribeiro, negou nessa terça-feira (16) qualquer interferência política na elaboração da prova, que será aplicada nos próximos dias 21 e 28 de novembro deste em todo o país.
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Ribeiro esteve em reunião com o ministro da Justiça e Segurança Pública, Anderson Torres, para tratar da segurança da aplicação das provas. Em seguida, o titular da Pasta alegou que ele, Bolsonaro e o presidente do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), Danilo Dupas, não tiveram acesso e nem alteraram o conteúdo do exame.
“Zero de interferência. Essas provas já estão impressas há meses. Existe um banco de questões elaboradas pela equipe de técnicos. Nem eu, nem o presidente do Inep, muito menos o presidente da República, que, a rigor, nós três somos autoridades, poderíamos até ter acesso às provas, nenhum de nós teve acesso, nenhum de nós escolheu pergunta alguma ou determinou. Se vocês perguntarem hoje qual é o tema da redação, eu vou ficar devendo para vocês”, afirmou.
Demissões no Inep
O ministro também disse que as exonerações no Inep a poucas semanas do Enem estão relacionadas com questões administrativas e não com as provas.
"Entra um grupo, que é um grupo de funcionários dentre um colegiado de bons funcionários públicos do Inep, e que tiveram lá uma discussão a respeito de uma gratificação a mais. Essa é a questão. Isso é um assunto que é administrativo, não tem nada a ver com prova de Enem. Então, a gente vê toda essa discussão às vésperas do Enem, nada com educação, nada com as provas, tudo a ver com a questão administrativa de pagamento ou não de gratificação”, justificou.
Na semana passada, pelo menos 29 funcionários do Inep pediram exoneração ou dispensa do cargo em comissão ou função comissionada. Eles alegam falta de condições de trabalho e suposta interferência no órgão.