O anestesista Giovanni Quintella Bezerra, preso após estuprar uma paciente sedada durante um parto em julho deste ano, no Rio de Janeiro, teve o registro profissional cassado pelo Conselho Federal de Medicina (CFM). A decisão foi anunciada em sessão plenária do órgão, e será publicada no Diário Oficial da União "após a elaboração do acórdão". As informações são do portal Uol.
"A cassação do CRM tem caráter definitivo e em nível nacional, ficando o apenado proibido de exercer qualquer atividade relacionada à medicina (atendimentos clínicos e cirúrgicos ou nas áreas de pesquisa, ensino e gestão, entre outras)", informou o CFM.
O médico também já havia tido o registro profissional cassado em definitivo pelo Conselho Regional de Medicina do Rio de Janeiro (Cremerj) em março deste ano.
Relembre o caso
O anestesista foi flagrado por funcionários da unidade de saúde colocando o pênis na boca da paciente durante o parto. A violência sexual durou 10 minutos ao todo. O suspeito cometeu o crime 50 segundos após o marido da vítima deixar o local com o recém-nascido. O caso ocorreu em um hospital de São João de Meriti, em 10 de julho de 2022. Segundo o laudo médico, o suspeito aplicou uma dose sete vezes maior que a necessária na moça.
O homem também desligou os aparelhos de monitoramento dos sinais vitais da paciente. A suspeita é de que ele tenha desativado o equipamento para evitar que outros colegas notassem a obstrução das vias aéreas da vítima provocada pelo pênis do anestesista, enquanto ela estava sedada e desacordada.
O relatório da perícia divulgado pelo programa aponta que no momento em que a mulher foi submetida a uma laqueadura — procedimento de esterilização feminina — após dar à luz, um alarme sonoro foi disparado, indicando uma queda da saturação de oxigênio da paciente. Logo em seguida, o som foi desativado por Giovanni.
A vítima relatou, ao portal Uol, que Giovanni "destruiu" tudo que ela planejou. Segundo a moça, que teve a identidade preservada, o abuso aconteceu após o nascimento do filho, quando o marido deixou a sala de cirurgia com o bebê e a paciente permaneceu no local para realizar uma laqueadura.
Ela relatou que acordou do parto desesperada, tentando abrir os olhos. "Queria falar que tinha algo na minha boca, queria cuspir, mas não conseguira, então engoli achando que era alguma coisa minha".