'Apartamentos-caixão' se tornam saída em crise imobiliária em Hong Kong
Espaços minúsculos chegam a custar R$ 1,4 mil por mês
A crise habitacional em Hong Kong, na China, tem levado a população a viver em locais altamente apertados. Na edição desse domingo (20), o "Fantástico" exibiu milhares de pessoas que vivem em espaços minúsculos e insalubres conhecidos como “apartamentos-caixão”.
Com metragem que não ultrapassa os 3 a 9 metros quadrados, os micro apartamentos são, na prática, compartimentos apertados e sem janelas, alguns com banheiros minúsculos e uma cozinha compartilhada — se houver.
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Em entrevista, a chinesa Miss Lee mostrou a realidade em que vive: cercada por sacolas, objetos pessoais e por uma cachorrinha, Bibi. “Morar lá é devastador. Devastador. Sinto falta da minha casa. Quero muito voltar para o mundo de quando eu era pequena".
A moradia, apesar de precária, custa caro. Miss Lee paga o equivalente a R$ 1,4 mil por mês por um espaço onde mal consegue esticar as pernas.
Outro morador, Gam-Tin Ma, falou sobre o isolamento mesmo em meio à superlotação: "Somos só pessoas aleatórias num mesmo lugar. É como se não quiséssemos ser inimigos nem amigos", disse.
Especulação imobiliária
Segundo especialistas ouvidos pelo "Fantástico", a crise é resultado direto da combinação entre especulação imobiliária e precarização do trabalho.
A professora Betty Xiao Wang, da Universidade de Hong Kong, destacou que o problema é estrutural: “Há moradores de rua em Londres, Nova York. Aqui, basicamente, eles estão alojados nas casas-caixão. Se o governo proibisse completamente, pra onde iriam?”.