Sepse pulmonar e câncer de próstata: entenda quadro que causou morte de Ney Latorraca
Ator faleceu nesta quinta-feira (26), após ficar hospitalizado por cerca de seis dias
O ator Ney Latorraca, de 80 anos, morreu na manhã desta quinta-feira (26) na cidade do Rio de Janeiro. Ele faleceu devido ao agravamento de um câncer de próstata e um quadro de sepse pulmonar.
A morte foi revelada pela assessoria de imprensa da Clínica São Vicente, hospital onde ele estava internado desde sexta-feira (20). A pedido da família, a unidade de saúde não detalhou o que provocou o óbito, mas a informação foi divulgada pela Globonews.
Em 2019, Ney Latorraca foi diagnosticado com câncer de próstata e, então, submetido a uma cirurgia para retirada da glândula reprodutora masculina. No entanto, em agosto deste ano, a doença retornou com metástase — quando as células cancerígenas se desprendem do tumor principal e atingem outras partes do corpo, formando novos tumores.
Segundo a emissora, a doença do artista se agravou, levando à internação na última sexta-feira. Na unidade de saúde, ele apresentou um quadro de sepse pulmonar.
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O que é sepse pulmonar
A sepse, também conhecida como infecção generalizada, é um conjunto de manifestações graves em todo o organismo produzidas por uma infecção, conforme dados do Ministério da Saúde.
Apesar do termo "generalizada" sugerir que o quadro afetaria todo o corpo, a condição não está em todos os locais do organismo. Na verdade, a infecção pode estar localizada em apenas um órgão, como, por exemplo, o pulmão, como seria o caso de Ney Latorraca. No entanto, ela causa uma resposta em todo o organismo, numa tentativa de combater o agente da infecção.
Em consequência, essa inflamação pode comprometer o funcionamento de vários órgãos do paciente, provocando um quadro conhecido como disfunção ou falência de múltiplos órgãos. A sepse é atualmente a principal responsável por óbitos no Brasil, sendo responsável por cerca de 670 mil mortes por ano.
Sintomas
Não existem sinais específicos para a condição. Porém, são sintomas de alerta:
- febre;
- aceleração dos batimentos do coração (taquicardia);
- respiração mais rápida (taquipneia);
- fraqueza intensa;
- tonteiras;
- pressão baixa;
- diminuição da quantidade de urina;
- falta de ar;
- sonolência excessiva ou confusão (principalmente os idosos).
Pessoas que apresentem os quatro últimos sinais indicados acima devem procurar imediatamente atendimento médico, segundo o MS.
Grupos de risco
Segundo a Pasta, qualquer tipo de infecção, leve ou grave, pode evoluir para sepse, sendo as mais comuns pneumonia, infecções abdominais e infecções urinárias. Apesar de qualquer indivíduo poder desenvolver o quadro, pessoas com câncer, como Ney Latorraca, são um dos grupos de risco para a condição.
Bebês prematuros; crianças menores de um ano; idosos acima de 65 anos; pacientes com câncer, aids ou que fizeram uso de quimioterapia ou outros medicamentos que afetam as defesas do organismo; indivíduos com doenças crônicas; usuários de álcool e drogas e pacientes hospitalizados que utilizam antibióticos, cateteres ou sondas também são considerados grupos de risco para o diagnóstico.
Tratamento
O Ministério da Saúde destalha que as primeiras horas de tratamento são as mais importantes, já que os pacientes devem receber antibioticoterapia adequada o mais rápido possível.
Culturas de sangue, bem como outras culturas de locais sob suspeita de infecção, devem ser colhidas em uma tentativa de detectar o agente causador do quadro. A sepse é uma emergência médica e seu tratamento deve ser priorizado, destaca a Pasta.
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Câncer de próstata
Ainda de acordo com o MS, esse é o segundo tipo de câncer mais comum em homens e é considerando uma doença da terceira idade, já que cerca de 75% dos casos ocorrem a partir dos 65 anos, assim como aconteceu com Ney Latorraca.
Na fase inicial, a doença tem evolução silenciosa, muitos dos pacientes não apresentam nenhum sintoma ou, quando apresentam, são semelhantes aos do crescimento benigno da próstata (dificuldade de urinar, necessidade de urinar mais vezes durante o dia ou à noite). Já na etapa avançada, pode provocar dor óssea, sintomas urinários ou, quando mais grave, infecção generalizada (sepse) ou insuficiência renal.
O diagnóstico da condição é realizada através da biópsia prostática por via trans-retal ou trans-perineal e guiada por ultrassonografia e/ou ressonância magnética. A indicação do procedimento depende do toque retal e valores de Antígeno Prostático Específico (PSA) e de possíveis achados suspeitos no exame de ressonância magnética.
Tratamento
As formas de combater a doença variam. Quando atinge apenas a próstata, pode ser tratada com cirurgia, radioterapia e até mesmo observação vigilante (em algumas situações especiais). Já quando está localmente avançada pode exigir radioterapia ou cirurgia em combinação com tratamento hormonal. Para casos de metástase, o tratamento mais indicado é a terapia hormonal, segundo a Pasta.