Entenda o que é infecção polimicrobiana, diagnóstico de papa Francisco após quadro de bronquite

Religioso de 88 anos está internado, desde a última sexta-feira (14), e segue sem previsão de alta

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(Atualizado às 14:38)
papa Francisco. Entenda o que é infecção polimicrobiana, diagnóstico de papa Francisco após quadro de bronquite
Legenda: Na juventude, o pontífice retirou parte de um dos pulmões
Foto: Andreas Solaro/AFP

O papa Francisco, de 88 anos, foi diagnosticado com uma infecção polimicrobiana, informou o Vaticano nesta segunda-feira (17), detalhando que o quadro de saúde dele é "complexo". O religioso segue internado no hospital Gemelli, em Roma, sem previsão de alta, desde a última sexta-feira (14), quando foi hospitalizado com bronquite — inflamação dos brônquios, espécie de tubos que transportam o ar aos pulmões. 

No comunicado, a Santa Sé disse que o quadro do pontífice evoluiu, e a recomendação de tratamento segue como sendo de repouso absoluto. Devido à enfermidade, o argentino não celebrou, pela primeira vez, a tradicional oração dominical, realizada nesse domingo (16).  

"Os resultados dos exames realizados nos últimos dias e nesta segunda-feira demonstraram uma infecção polimicrobiana das vias respiratórias, o que levou a uma nova modificação da terapia. Todos os exames realizados até o momento são indicativos de um quadro clínico complexo que exigirá internação hospitalar adequada", detalha o comunicado desta manhã.  

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O que é infecção polimicrobiana

Infecção polimicrobiana é resultado de uma combinação de vírus, bactérias, fungos e parasitas, conforme define um artigo científico publicado no The Lancet, periódico especializado. O estudo indica que o quadro é provocado por um microrganismo primário, que cria um ambiente propício para proliferação de outros agentes infecciosos no paciente. 

No caso de Francisco, é provável que a bronquite — que pode ser causada tanto por agentes bacterianos quanto virais — tenha facilitado a entrada de outros patógenos no organismo.   

Devido à evolução do quadro do religioso, a terapia aplicado pelos especialistas mudou. "Os tratamentos prosseguem naturalmente", detalhou o diretor da Sala de Imprensa da Santa Sé, Matteo Bruni, em coletiva. Na terceira noite hospitalizado, o papa descansou e teve uma noite tranquila. Nesta manhã, tomou café e leu alguns jornais, acrescentou o representante aos jornalistas.

A tradicional audiência semanal de quarta-feira do pontífice, prevista para 19 de fevereiro, foi cancelada.

Saúde debilitada

Antes da hospitalização na última sexta-feira, Francisco, que na juventude foi submetido a uma remoção parcial de um dos pulmões, pareceu debilitado, com o rosto inchado e sem fôlego. Ele precisou delegar em várias ocasiões a leitura de discursos aos assistentes.

Esta é a quarta hospitalização do pontífice em menos de quatro anos e gerou novas dúvidas sobre o estado de saúde frágil dele, principalmente porque 2025 é um ano jubilar para a Igreja Católica, implicando uma longa lista de eventos, muitos deles presididos pelo papa.

Mês passado, Francisco apareceu com o braço na tipoia após uma queda em sua residência. Em dezembro, foi visto com um grande hematoma no queixo após bater contra sua mesa de cabeceira.

Apesar dos problemas de saúde, incluindo os de quadril e as dores no joelho que o obrigam a usar cadeira de rodas, o papa manteve a agenda lotada e declarou que não tinha intenção de reduzir o ritmo de trabalho.

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