Mal súbito: entenda o que causou a morte da atriz Mila Moreira
Evento está associado a doenças coronarianas ou desordens genéticas no coração
Fãs, amigos e colegas de profissão foram pegos de surpresa com a morte repentina da atriz Mila Moreira, de 75 anos, na madrugada desta segunda-feira (6). No último fim de semana, ela esteve reunida com amigos em Paraty, no Rio de Janeiro, e foi internada após passar mal. Muito próxima da artista, Lilia Cabral disse em seu Instagram que Mila não estava doente, mas teve um "mal súbito".
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O termo é usado popularmente para o que se classifica como morte súbita, que, segundo o cardiologista Evilásio Leobino, trata-se de um evento inesperado, normalmente motivado por uma parada cardíaca e que, na maioria das vezes, já decorre de uma arritmia cardíaca.
O que causa a morte súbita?
Algumas doenças podem ser determinantes para a morte súbita. Entre elas, conforme o especialista, está a miocardiopatia, doença do miocárdio que afeta o bombeamento do sangue para o organismo. E doenças que dilatam o coração, explica ele, sendo a coronariana a mais frequente delas.
"Pessoas que têm infarto agudo e sobrevivem, mas esse infarto leva a uma morte tecidual e não se recupera, deixando uma cicatriz. E dependendo do tamanho dessa cicatriz, evolui com quadro de insuficiência cardíaca e eventualmente com a queda da função do coração. Isso se torna um predisposto de risco para mal súbito", diz o médico.
Embora com rara incidência, doenças genéticas do coração também podem favorecer para uma morte súbita, mesmo em indivíduos com a estrutura do coração normal.
Indicativos do mal súbito
Ainda conforme o cardiologista, o mal súbito é precedido de tontura, mal-estar, escurecimento visual e do episódio de síncope.
"A perda da consciência é gerada por um hipofluxo cerebral, devido à ausência da contração do coração. O paciente também pode apresentar sudorese fria, náuseas e vômitos antes do episódio de desmaio, e isso pode acontecer em uma fração de segundos", afirma.
Como se prevenir
Uma vez identificados os fatores de risco ou doenças genéticas que levam ao evento, conforme Evilásio Leobino, o único meio de prevenir o mal súbito é implantando um cardioversor desfibrilador implantável (CDI), um tipo de marcapasso que pode detectar e reverter de forma rápida o problema.
Já para prevenir o surgimento das doenças de base para o mal súbito, o médico orienta manter o controle da pressão arterial, a prática de atividades físicas regulares aliada a uma boa alimentação, assim como o controle da diabetes e demais doenças associadas.
Evilásio Leobino é Doutor em Cardiologia pela Universidade de São Paulo (USP); Atualmente é o chefe do serviço de eletrofisiologia clínica invasiva do Hospital de Messejana; e chefe do Setor de Arritmia do Hospital OTOclínica.
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