Após mais de 10 dias com soluços persistentes, o presidente Jair Bolsonaro deve permanecer em observação médica para investigação das causas. Nesta quarta-feira (14), ele foi internado para exames.
O médico endoscopista Gustavo Benevides explica que embora o soluço não seja uma doença, a manifestação do sintoma por mais de 48 horas deve ser avaliado por médicos, pois pode estar relacionado a doenças," tais como estresse persistente, refluxo, doenças gastrointestinais e neurológicas", diz.
Nesses casos, explica ele, o tratamento deve ser direcionado a doença causadora do soluço para este parar. Algumas medicações podem aliviar o sintoma, como procinéticos e alguns ansiolíticos, segundo o especialista.
Principais causas
Ainda conforme Gustavo Benevides, o soluço está ligado diretamente ao músculo diafragma e à sua contração, que é medida pelo nervo Vago.
Ao surgirem irritações no nervo Vago ou na musculatura diafragmática, esclarece o médico, é que surgem os soluços. "É muito comum também após uma refeição volumosa, em que o estômago está super cheio e comprime o diafragma".
"No caso do Presidente Bolsonaro, ele pode estar ligado ao procedimento dentário de implante, a depender da localização do implante, por irritar os nervos; e da medicação anestésica utilizada, além dos medicamentos utilizados no pós procedimento", pontua o médico.
Presidente passa bem
No fim da manhã desta quarta-feira (14), o ministro da Casa Civil, Eduardo Ramos, informou que o presidente Bolsonaro passa bem após se submeter aos exames.
"Graças a Deus, nosso Presidente está bem. Ele vai ficar apenas em observação depois de alguns exames", declarou Ramos após agradecer orações dos apoiadores.
No hospital
Bolsonaro foi para o Hospital das Forças Armadas (HFA), em Brasília, para fazer exames por conta de dores abdominais. As reuniões previstas na agenda do presidente nesta manhã foram canceladas.
Segundo a Secretaria Especial de Comunicação da Presidência da República, uma das causas da internação teria como objetivo investigar a causa dos soluços persistentes comunicados por Bolsonaro.
Conforme o posicionamento, ele deve permanecer sob observação médica em um período entre 24 a 48 horas, entretanto, "não necessariamente no hospital". A pasta ainda relatou que ele "passa bem" e segue animado.
Acompanhamento
Segundo informação do repórter José Roberto Burnier, da TV Globo, o médico Antônio Macedo, já foi encaminhado a Brasília. Ele foi o responsável por acompanhar o presidente desde o atentado a facada durante a campanha.
O estado de saúde de Bolsonaro deve ser avaliado e, caso as dores persistam, uma cirurgia pode ser avaliada se existir uma obstrução intestinal.