Acusados de matar 'Gegê' e 'Paca' devem ser interrogados pela Justiça a partir de fevereiro
25 pessoas já foram ouvidas no processo que apura o duplo homicídio. Ação penal irá completar quatro anos, ainda sem julgamento
A Justiça Estadual marcou novas audiências para o processo criminal que apura os assassinatos dos líderes de uma facção criminosa paulista Rogério Jeremias de Simone, o 'Gegê do Mangue', e Fabiano Alves de Souza, o 'Paca', no Ceará. A expectativa do Poder Judiciário é que os réus comecem a ser interrogados em fevereiro deste ano.
Em ofício emitido no último dia 10 de janeiro - obtido pelo Diário do Nordeste - a Vara Única Criminal de Aquiraz confirmou a realização de audiências nos dias 15 e 16 de fevereiro.
O colegiado de juízes designado para acompanhar o caso cita, no documento, que o processo "está tramitando regularmente, aguardando a conclusão da instrução processual, eis que ainda faltam serem ouvidas algumas testemunhas de defesa e o interrogatório dos réus acima citados que se encontram presos".
Até o presente momento, foram ouvidas 11 (onze) testemunhas arroladas na acusação, e 14 (quatorze) testemunhas de defesa (dentre elas, testemunhas arroladas na denúncia), bem como foram enviadas dezenas de cartas precatórias para realização de intimações de audiência, não bastasse isso, diversas testemunhas de defesa não localizadas."
O processo foi distribuído na Justiça Estadual em 21 de fevereiro de 2018. Quase quatro anos depois, sem julgamentos, os magistrados ressaltam que "a realização das audiências neste processo necessitam de verdadeira engenharia de logística, uma vez que os presos e as testemunhas encontram-se em Estados diversos da federação, impondo-se a utilização de videoconferência simultânea entre diversos presídios federais, estadual e comarcas".
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Três réus seguem foragidos
'Gegê do Mangue' e 'Paca' foram assassinados a tiros, em uma reserva indígena em Aquiraz, na Região Metropolitana de Fortaleza (RMF), no dia 15 de fevereiro de 2018. Conforme as investigações da Polícia Civil do Ceará (PCCE), a dupla foi executada em uma emboscada da própria facção paulista.
Dez pessoas são réus na Justiça Estadual por participação nos homicídios. Seis delas estão presas; o piloto Felipe Ramos Morais chegou a ser detido e depois solto por decisão do Tribunal de Justiça do Ceará (TJCE); e três acusados continuam foragidos.
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O 11º suspeito de envolvimento nos crimes, Vagner Ferreira da Silva, o 'Cabelo Duro' - que teria organizado o grupo para cometer os assassinatos (a mando de Gilberto Aparecido dos Santos, o 'Fuminho') - foi morto com tiros de fuzil, em São Paulo, poucos dias após o duplo homicídio no Ceará.
Confira o nome dos réus e a situação:
- André Luís da Costa Lopes, o 'Andrezinho da Baixada', preso em São Paulo em outubro de 2019;
- Carlenilton Pereira Maltas, o 'Ceará', preso em Sergipe em abril de 2019;
- Erick Machado Santos, o 'Neguinho Rick da Baixada', foragido;
- Felipe Ramos Morais, preso em Goiás em maio de 2018 e solto pelo TJCE em abril de 2021;
- Gilberto Aparecido dos Santos, o 'Fuminho', preso em Moçambique em abril de 2020;
- Jefte Ferreira Santos, preso em São Paulo em janeiro de 2019;
- Maria Jussara da Conceição Ferreira Santos (mãe de Jefte Santos), foragida;
- Renato Oliveira Mota, foragido;
- Ronaldo Pereira Costa, preso em Santa Catarina;
- e Tiago Lourenço de Sá de Lima, o 'Tiririca', preso em São Paulo em agosto de 2021.