Turista de 16 anos morto em Jericoacoara foi sequestrado e torturado em beco da Vila; seis suspeitos foram detidos
A Polícia Civil disse que não há indícios de que o jovem tivesse envolvimento com outra facção criminosa

Após quase quatro meses da morte do turista de São Paulo, Henrique Marques de Jesus, de 16 anos, assassinado em Jericoacoara, a Polícia Civil do Ceará concluiu a investigação. Nesta quarta-feira (2), detalhes de como o crime aconteceu e o que teria motivado a morte da vítima foram divulgados em coletiva de imprensa na sede da Polícia Civil, no Centro Integrado de Segurança Pública do Ceará, no bairro de Fátima, em Fortaleza.
De acordo com os investigadores, não ficou comprovado que o adolescente tivesse qualquer envolvimento com facção criminosa. Seis suspeitos de envolvimento no crime foram detidos e um sétimo identificado morto em confronto com policiais militares. Um oitavo envolvido na ação segue foragido.
Os delegados disseram que Henrique foi sequestrado em um beco da Vila de Jeri após jantar com o pai e que no corpo da vítima havia sinais de tortura.
Henrique morreu atingido com disparos de arma de fogo
Ainda no ano passado, de início, as investigações apontaram que o adolescente foi morto por integrantes da facção criminosa carioca Comando Vermelho (CV), que o confundiram com um integrante da facção rival Primeiro Comando da Capital (PCC).
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INQUÉRITO CONCLUÍDO
O delegado Marcos Aurélio, diretor do Departamento de Polícia Judiciária (DPJ) do Interior Norte, disse que "não houve durante o inquérito, não se chegou a nenhum elemento que o adolescente tinha envolvimento com organização criminosa" e que a Polícia "não sabe por qual motivo desconfiaram dele".
O delegado Júlio Moraes, titular da delegacia de Jericoacoara, afirmou que o jovem passava férias com o pai, em Jericoacoara e que "no fim da viagem, no período noturno, perto das 21h, eles passeavam na Vila. O pai decidiu ficar e o filho retornou para a pousada. Nesse momento o filho foi sequestrado, o pai voltou para pousada de madrugada e se deu conta que o filho tinha sumido".
A investigação iniciou com o boletim de desaparecimento e imagens de câmeras de segurança foram analisadas.
"O que se chegou na investigação é que eles obrigaram o adolescente a entregar o celular dele. Através do acesso eles julgaram que o menor tinha envolvimento com facção criminosa"
Segundo Júlio Moraes, esta é uma versão adotada pelos suspeitos para que "eles se defendam". Até o momento, o celular tomado da vítima no dia do crime não foi localizado pelos policiais.
Sobre a informação que teria partido de um preso no Maranhão a ordem para matar Henrique Marques, os delegados disseram que até o momento "não conseguimos comprovar a ligação desse suposto mandante. Celulares foram apreendidos e estão sendo analisados para a gente saber se a ordem partiu de cima ou decidiram eles mesmo realizarem essa conduta".
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