Advogado réu por extorsão contra suposto autor de estupro é solto e comemora nas redes sociais

Ele ficou preso por pouco mais de um mês sob acusação de exigir R$ 20 mil a um suposto autor de estupro para não denunciá-lo

Escrito por
Emanoela Campelo de Melo emanoela.campelo@svm.com.br
SAIDA PRESIDIO
Legenda: A defesa do acusado entrou com pedido de soltura alegando que José Lourinho não tinha antecedentes criminais e que a manutenção da prisão preventiva seria desproporcional.
Foto: Reprodução/Redes Sociais

O advogado José Lourinho Coelho, preso por extorsão em Quixeramobim e réu na Justiça cearense, foi solto. Nessa terça-feira (1º), Lourinho publicou foto nas redes sociais comemorando a saída dele da Unidade Prisional Irmã Imelda Lima Pontes, na Região Metropolitana de Fortaleza (RMF).

A reportagem apurou que o advogado teve a prisão preventiva revogada em audiência de instrução. Ele ficou preso por pouco mais de um mês sob acusação de exigir R$ 20 mil a um suposto autor de estupro para não denunciá-lo.

Nas redes sociais, o advogado comemorou a soltura junto aos familiares e disse "ter acordado maravilhosamente bem" e que "tem gratidão eterna pelas orações": "agora eu conheço o outro lado do parlatório".

Veja também

A defesa do acusado entrou com pedido de soltura alegando que José Lourinho não tinha antecedentes criminais e que a manutenção da prisão preventiva seria desproporcional.

O processo principal acerca da extorsão agora tramita em segredo de Justiça

COMO O ADVOGADO CHEGOU À PRISÃO

De acordo com a investigação da Polícia Civil, José Lourinho Coelho Neto foi procurado por uma jovem, que disse ter sido vítima de abusos e, ao invés de notificar as autoridades sobre o caso, entrou em contato com o suposto autor do crime sexual para extorqui-lo.

José Lourinho foi preso em flagrante no dia 24 de fevereiro deste ano, quando se preparava para receber o valor restante dos R$ 20 mil exigidos por ele em troca de não denunciar o suposto autor do estupro.

O Ministério Público do Ceará (MPCE) pediu a conversão do flagrante em prisão preventiva alegando que o advogado ainda fez com que a suposta vítima assinasse um termo, com declarações falsas, "fazendo-a revitimizar-se psicologicamente, pois foi coagida a aceitar e declarar narrativa que não refletia a realidade do ocorrido, além de ser ameaçada com medida de prisão caso procurasse a autoridade policial".

Dias depois, o MPCE denunciou o suspeito formalmente por extorsão e a Justiça aceitou a acusação.

O MP destacou que "a testemunha, que inicialmente buscava assistência jurídica em razão de uma suposta violência sexual, foi utilizada como parte da estratégia criminosa do acusado" e "que a prisão preventiva do custodiado se faz necessária para a garantia da ordem pública e da instrução criminal, sendo plenamente justificável dada a natureza do crime, reveladora de extrema insensibilidade com a liberdade alheia".

Na versão do advogado acusado, ele teria dito aos policiais que seu primeiro contato com o caso foi quando recebeu ligação de uma provável cliente perguntando se ele trabalhava em casos de crimes sexuais, mas que a conversa foi curta e ele a orientou buscar atendimento no escritório. 

Segundo o denunciado, pessoalmente, ele ouviu o relato da jovem acerca do abuso e orientou ela a procurar uma delegacia. Em paralelo, José disse ter ido falar com o suspeito do abuso para dizer que a jovem tinha o procurado "dando a entender que (ela) queria dinheiro para não denunciá-lo".

>> Acesse nosso canal no Whatsapp e fique por dentro das principais notícias. 

 

Este conteúdo é útil para você?
Assuntos Relacionados