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Lula relembra tempo de cadeia e vontade de se vingar de Moro: 'não é fácil suportar'

Moro apontou que presidente usou palavras de baixo calão

Escrito por Redação ,
Lula e Sérgio Moro
Legenda: Lula relembra tempo preso em Curutiba e revela que pensava em Sérgio Moro
Foto: Agência Brasil

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) relembrou os 580 dias em que esteve preso na Superintendência da Polícia Federal do Paraná, em Curitiba e revelou que pensava no ex-juiz Sérgio Moro (União Brasil), agora senador do Paraná.  Em entrevista ao portal Brasil 247, Lula disse ter certeza de que "sairia mais forte", mas guarda cerca mágoa do período. 

"De vez em quanto ia um procurador, entrava lá de sábado, de semana, para visitar, ver se tava tudo bem. Entravam três ou quatro procuradores lá e perguntavam 'tudo bem?'. Eu falava: 'não tá tudo bem. Só vai tá bem quando eu f*der esse Moro. Eu tô aqui para me vingar dessa gente'". 

Ele chegou a pedir que os entrevistados cortassem a palavra "f*der", mas a entrevista já estava sendo transmitida ao vivo no YouTube. 

"Eu falava todo dia que eles visitam lá. Entrava um delegado e eu falava a mesma coisa. Se prepare, que eu vou provar. De vez em quando eu lembro disso e fico com uma certa mágoa, porque é um processo de destruição, sabe, que não é fácil suportar", continuou o presidente. 

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Moro comentou as declarações de Lula em entrevista à CNN, afirmando que "é uma fala de baixo calão, utilizando termos grosseiros".

"A minha interpretação é que o presidente está se vingando da população brasileira, porque o presidente não está apresentando os resultados", disse.

Prisão

O presidente ficou preso de 7 abril de 2018 a 8 de novembro de 2019. A soltura ocorreu após o Supremo Tribunal Federal (STF) determinar que um condenado só pode ser preso após o trânsito em julgado (o fim dos recursos). Lula estava preso após condenação em segunda instância.

Lula havia sido condenado sob a acusação de aceitar a propriedade de um tríplex, em Guarujá, como propina paga pela OAS em troca de três contratos com a Petrobras, o que ele sempre negou. Sérgio Moro foi o responsável pela condenação em primeira instância.

O STF determinou, em abril de 2021, que Moro foi parcial na condenação. Todas as condenações e provas utilizadas no processo foram anuladas.

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