Lula chora ao falar sobre combater a fome outra vez no País e reforça diálogo com instituições
Presidente eleito cumpre agenda de reuniões em Brasília
O presidente eleito, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), cumpre agenda de reuniões em Brasília desde esta quarta-feira (9). Nesta quinta (10), em encontro com aliados no Centro Cultural Banco do Brasil (CCBB), o futuro mandatário do Executivo nacional se emocionou ao reafirmar o compromisso "urgente" de combater a fome outra vez no País.
"Quando deixei a Presidência, eu imaginei que, nos dez anos seguintes, esse País estaria igual à França, à Inglaterra", comparou o presidente. Com a voz embargada, ele voltou a dizer que a prioridade zero do seu Governo será a de garantir que toda a sociedade tenha condições de fazer, pelo menos, três refeições diárias.
Lula também falou sobre suas reuniões, na quarta, com os presidentes da Câmara e do Senado Federal, Arthur Lira (PP-AL) e Rodrigo Pacheco (PSD-MG), respectivamente, e com os ministros do Supremo Tribunal Federal (STF).
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"Fui visitar as instituições brasileiras para dizer: 'a partir de agora, vocês vão ter paz'. Não é possível os ministros da Suprema Corte não poderem ir a um restaurante, a um cinema, não poderem sair de casa. [...] A partir de agora, vocês vão ter paz porque vão ser respeitados. Esse país vai voltar à civilidade", garantiu o petista, que também rasgou elogios, especificamente, para o presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Alexandre de Moraes.
"Não me importa se o Alexandre de Moraes é de direita, de esquerda, o que importa é que ele foi de muita coragem e dignidade na lisura e no compromisso de dirigir essas eleições", reconheceu o presidente eleito.
Além disso, Lula reforçou que vai dialogar com a sociedade civil, que quer ser cobrado se estiver tomando alguma atitude errada e que quer que as propostas do Governo sejam melhoradas pelos parlamentares, se eles acharem que devem melhorá-las. "As pessoas não são obrigadas a concordar comigo. Não acho errado um deputado querer fazer uma emenda a um projeto do Governo", disse.
No encontro, também estiveram presentes a futura primeira-dama, Janja, o vice-presidente eleito, Geraldo Alckmin (PSB), e a presidente nacional do Partido dos Trabalhadores, Gleisi Hoffmann.
Críticas a Bolsonaro
Lula também usou uma parte do seu discurso para criticar o governo do presidente, Jair Bolsonaro (PL), e acusou o atual chefe do Executivo de usar a máquina pública "em sua totalidade" durante as eleições gerais deste ano.
"Não sei se o presidente está doente, onde ele está, mas ele tem obrigação de ir à televisão pedir desculpas à sociedade brasileira. Um presidente da República pode errar, mas não pode mentir", afirmou.
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O petista também comparou a epidemia de desinformação no País ao que aconteceu nos Estados Unidos da América, no sufrágio que elegeu Donald Trump o presidente da "maior economia do mundo".
"A nossa espiritualidade, que é uma coisa nossa, muito íntima, até com isso eles mentiram. Agora que chegou o fim, ele [Bolsonaro] ainda não reconheceu a derrota. Seria tão fácil, fazer como fez o Alckmin quando disputou comigo, o Serra, como eu fiz duas vezes com o Fernando Henrique Cardoso", comentou o presidente eleito.