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Médico acusado de espalhar mentiras sobre Lula estar doente será denunciado ao Cremesp

Advogados do grupo Prerrogativas pedem investigação sobre mensagens atribuídas ao cardiologista José Antônio Franchini Ramires

Escrito por Redação ,
Lula
Legenda: Advogados pedem investigação de médico acusado de espalhar mentiras sobre estado de saúde de Lula
Foto: Agência Brasil

Advogados do Grupo Prerrogativas encaminharão uma representação ao Conselho Regional de Medicina do estado de São Paulo (Cremesp) pedindo que o órgão investigue a disseminação de notícias falsas sobre a saúde do presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT). As informações são da colunista Mônica Bergamo, da Folha de São Paulo

Eles citam especificamente o médico José Antônio Franchini Ramires, apontado como um dos polos de divulgação das fake news.

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Segundo reportagem da revista Fórum, o professor, titular de cardiologia da Faculdade de Medicina da USP, enviou mensagens em um grupo de WhatsApp afirmando ter recebido informações de "fonte fidedigna" do Hospital Sírio-Libanês relatando que Lula estaria de novo se submetendo a um tratamento contra um câncer. Lula teve câncer de laringe em 2011, fez quimioterapia e radioterapia, e foi considerado curado em 2012. 

Na ocasião em que as mensagens foram enviadas, Lula estava descansando na Bahia. De volta a São Paulo no último domingo (6), foi a um jantar de aniversário do vice-presidente eleito, Geraldo Alckmin (PSB).

Segundo diziam os textos creditados ao cardiologista, Lula estaria com um "linfonodo jugulo carotídeo, com certeza recidiva loco-regional. Não quiz operar, não aceitou traqueostomia, agora... Carcinoma de base de língua agressivo estágio IV (sic)".

A mensagem diz também que, "antes tratado com quimioterapia", Lula "continuou bebendo, voz muito rouca, disfagia, edema pós-radioterapia ou recidiva com certeza".

O professor teria dito, ainda conforme a reportagem: "Acabei de receber de dentro do Hospital SL [Sírio-Libanês]. Fonte fidedigna".

Ramires também teria compartilhado texto de outro internauta identificado como "dr. Paulo Muzy" dizendo que Lula estava no Sírio, "trazido às pressas pra São Paulo no jatinho do Setubal do Itaú". E que as ordens da diretoria do hospital "são para não vazar nada, total silêncio sobre o caso. Mas procede, tanto o acidente vascular encefálico quanto o retorno do câncer de faringe e por incrível que pareça, o Dr. Mansur percebeu que ele estava com contagem muito baixa de leucócitos e quadro de candidíase oral, então pediu exame de HIV o mesmo retornou positivo".

Infração ao Código de Ética Médica 

Os advogados querem que o Cremesp confirme se Ramires enviou mesmo as mensagens. Se confirmado, pedem punição por infração ao Código de Ética Médica, que estabelece, entre seus princípios fundamentais, "que o médico guardará absoluto respeito pelo ser humano e jamais utilizará seus conhecimentos para causar sofrimento físico ou moral, para o extermínio do ser humano ou para permitir e acobertar tentativa contra sua dignidade, bem como que o trabalho do médico não pode ser explorado com objetivos de lucro, finalidade política ou religiosa".

Procurado pela coluna, Ramires respondeu: "Fofocas e fakes múltiplos. Veja nas mídias a quantidade que sai toda hora e algumas pessoas se aproveitam, na escuridão do anonimato covarde, para imputar a imagem de outros. Isso é comum num país onde os inescrupulosos e aproveitadores estão à solta".

O cardiologista ainda enviou por WhatsApp novas fake news sobre a saúde de Lula e acusações mentirosas de fraudes nas eleições, e escreveu: "Fale para eles [advogados do Prerrogativas] investigarem esse [internauta que divulga mentiras] também. Acabou de chegar". Ramires, no entanto, não respondeu se havia espalhado as falsas informações. 

 

 

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