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Hacker Delgatti chama Moro de 'criminoso' durante CPI e senador rebate: 'bandido é o senhor'

O hacker é investigado por suposta invasão aos sistemas do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), com inserção de documentos e alvarás de soltura falsos no Banco Nacional de Mandados de Prisão (BNMP)

Escrito por Redação ,
Walter Delgatti e Sergio Moro em CPMI
Legenda: O hacker e o senador bateram boca durante depoimento na CPMI do 8 de janeiro
Foto: Geraldo Magela/Agência Senado

O hacker Walter Delgatti Neto, conhecido como o "Hacker da Vaza Jato" desde 2019, se desentendeu nesta quinta-feira (17) com o senador Sergio Moro (União-PR) durante depoimento na Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) do 8 de janeiro. Moro disse na sessão que Delgatti era condenado pelo crime de estelionato cometido em Araraquara (SP) e o hacker disse que foi absolvido e rebateu as declarações. 

"Relembrando que eu fui vítima de uma perseguição em Araraquara, inclusive, equiparada à perseguição que vossa excelência fez com o presidente Lula e integrantes do PT. E ressaltando que eu li as conversas de vossa excelência, li a parte privada e posso dizer que o senhor é um criminoso contumaz, cometeu diversas irregularidades e crimes", disparou o hacker. 

Veja o bate-boca entre Delgatti e Moro:

O ex-juiz da Lava Jato pediu ao presidente da sessão, senador Cid Gomes (PDT-CE) para que advertisse o depoente. "Peço escusas", disse Delgatti: "Bandido aqui, desculpe senhor Walter, que foi preso é o senhor. O senhor foi condenado. O senhor é inocente como o presidente Lula, então?", questionou Moro. 

Cid Gomes teve de pedir ordem e solicitou aos dois que se respeitassem. A CPMI continuou, e Moro chegou a realizar novas perguntas ao depoente. O hacker chegou a afirmar que leu conversas do senador com Deltan Dallagnol. 

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Depoimento 

Delgatti disse nesta quinta-feira (17) à CPMI do 8 de Janeiro que o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) o ofereceu um indulto para que violasse medidas cautelares da Justiça e invadisse o sistema das urnas eletrônicas para expor supostas vulnerabilidade. Delgatti disse ainda ter ido ao menos cinco vezes ao Ministério da Defesa a mando de Bolsonaro para tratar sobre suas propostas. 

Segundo Delgatti, a proposta de indulto aconteceu em conversa com Bolsonaro no Palácio da Alvorada e contou com a participação da deputada Carla Zambelli (PL-SP), do ex-ajudante de ordens Mauro Cid e do coronel Marcelo Câmara.

"Sim, recebi (proposta de benefício). Inclusive, a ideia ali era eu receber um indulto do presidente. Ele havia concedido indulto ao deputado e como eu estava investigado pela (operação) Spoofin. 

Delgatti está preso preventivamente desde o início de agosto na Operação 3FA da Polícia Federal (PF). Ele é investigado por suposta invasão aos sistemas do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), com inserção de documentos e alvarás de soltura falsos no Banco Nacional de Mandados de Prisão (BNMP). Foram apresentados seis requerimentos para a convocação de Delgatti no colegiado.

 

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