Domingos cita Luizianne e Evandro para 2024 e explica saída do governo: 'não se sentia acolhido'
Para o ex-vice-governador, o cenário em Fortaleza não será tranquilo por conta do impasse entre PT e parte do PDT
Três dias após anunciar o desembarque do Governo Sarto (PDT), o presidente do PSD Ceará, o ex-vice-governador Domingos Filho, prestigiou, nessa terça-feira (22), no Palácio da Abolição, a posse de seu correligionário Célio Studart (PDT) como secretário da Proteção Animal.
No evento, que também marcou a chegada do PSD à base do Governo Elmano, o dirigente partidário comentou sobre os planos para as eleições do próximo ano e a relação com o prefeito de Fortaleza.
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Segundo Domingos, a decisão de deixar a base do Município foi meramente “política” e não tomou como base o desempenho da gestão do prefeito José Sarto. A insatisfação do político estava, segundo ele, no pouco espaço recebido pelo PSD no Executivo municipal.
“O partido já anunciava — e eu dizia isso muito claramente — que não se sentia acolhido no tamanho, na medida do que a gente podia contribuir com a Prefeitura de Fortaleza. (O partido) sai sem rancor, sem problema, sem nada, mas anunciou realmente uma decisão"
“Cisão”
“Enquanto isso, o governador Elmano, o Camilo (Santana) e o Cid (Gomes), os vencedores do pleito, em uma demonstração até de humildade, procuravam reagrupar a relação política que nos une esse tempo todo, nesses 20 anos — dois governos Cid e dois governos Camilo —, e a cisão que houve para a eleição o PSD não deu causa, não teve nada a ver com isso, foi entre PDT e PT em face do nome do candidato”, acrescentou Domingos.
A “cisão” citada pelo dirigente envolve o pleito do ano passado, quando o PDT decidiu lançar Roberto Cláudio (PDT) como cabeça de chapa — e o PSD indicou o próprio Domingos Filho como vice —, indo de encontro aos interesses de Cid Gomes, de parte da bancada do PDT, de Camilo Santana e do PT Ceará. Em reação, o Partido dos Trabalhadores lançou a candidatura de Elmano de Freitas, que saiu vitoriosa.
Conforme Domingos Filho, os deputados federais e estaduais do PSD “vem acompanhando muito de perto” as movimentações de desembarque da legenda do Governo Sarto e de embarque no Governo Elmano. Contudo, o dirigente reconhece que o pedetista tem uma boa relação com os vereadores.
“O presidente do diretório municipal, que é o deputado federal Luiz Gastão, está com essa tarefa de dialogar com os vereadores. Como esses vereadores, assim como o nosso partido, votaram no Sarto, eles têm uma aproximação com a base do prefeito”, comentou.
Nesta terça-feira, o presidente da Câmara Municipal de Fortaleza (CMFor), Gardel Rolim (PDT), indicou que a ruptura do PSD com o Governo Sarto não terá um reflexo no apoio da sigla dentro do Legislativo.
Eleições 2024
Agora na base governista estadual, Domingos Filho comentou sobre os planos para a eleição do próximo ano em Fortaleza. Ele disse que estará ao lado do grupo comandado por Elmano, Camilo e Cid. O político ainda destacou o nome da deputada federal Luizianne Lins (PT) e do presidente da Assembleia Legislativa do Ceará (Alece), Evandro Leitão (PDT), como possíveis candidatos do PT. Ainda lembrou o nome do próprio Célio Studart.
“O partido que disser que não tem interesse em disputar a Prefeitura de Fortaleza não está falando a verdade, mas evidentemente já tem nomes postos que, digamos assim, estão articulando, estão na frente desta questão. O PT tem o nome da ex-prefeita Luizianne Lins, tem o nome do Evandro Leitão, que é um nome que começa a se destacar, talvez indo para para o PT também”
Para o ex-vice-governador, o cenário em Fortaleza não será tranquilo por conta do impasse entre PT e parte do PDT.
“Na relação com a gente (PSD), posso dizer que é uma relação muito tranquila, que não vai ter maiores problemas, mas você vê o PDT, que já tem também candidato (o prefeito José Sarto). Enfim, nós não temos prefeito em Fortaleza, temos em um conjunto de outros municípios que, naturalmente, já estamos conversando para, onde der acordo, a gente poder estar junto”, concluiu Domingos Filho.