Depoimento de Bolsonaro à PF durou 15 minutos e ex-presidente ficou em silêncio, diz defesa
Ex-presidente chegou às 14h19 na sede da Polícia Federal, em Brasília, para depor sobre suposto envolvimento em tentativa de golpe
O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) foi à sede da Polícia Federal (PF), em Brasília, nesta quinta-feira (22), após ser intimado para depor sobre o suposto envolvimento em organização criminosa para tentativa de golpe de Estado. A defesa dele declarou que o depoimento durou cerca de 15 minutos, e ele ficou em silêncio.
"O presidente já saiu, fez o uso do silêncio conforme a defesa antecipou", afirmou o advogado do ex-presidente, Paulo Cunha, acrescentando que Bolsonaro "não teme nada porque não fez nada", e que não houve nenhum delito por parte do político.
"O presidente Bolsonaro nunca foi simpático a qualquer tipo de movimento golpista", acrescentou a defesa. Bolsonaro chegou às 14h19 na sede da PF.
Os depoimentos fazem parte da operação "Tempus Veritatis", deflagrada pela PF há duas semanas. As investigações apontam que houve uma organização por parte de Bolsonaro e aliados para tentar um golpe de Estado. O objetivo era manter o ex-presidente no poder e impedir a posse de Lula, em janeiro de 2023.
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Depoimentos na Polícia Federal
Além de Bolsonaro, outros investigados também precisaram prestar depoimento para a mesma operação, como:
- Almir Garnier, ex-comandante da Marinha;
- Valdemar Costa Neto, presidente nacional do PL;
- Walter Souza Braga Netto, ex-ministro.
Para evitar versões combinadas, os investigados começaram a depor ao mesmo tempo. A estratégia partiu da Polícia Federal.
Bolsonaro avisou que ficaria calado
A defesa do ex-presidente já havia adiantado que ele ficaria calado no depoimento. Conforme o g1, os advogados de Bolsonaro pediram acesso aos autos da investigação, e conseguiram acesso após o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF) liberar.
No entanto, Moraes não autorizou o acesso às mídias digitais, como telefones e computadores. Por isso, a defesa disse que Bolsonaro não iria falar à PF, pedindo o adiamento do depoimento. A solicitação foi negada por Alexandre de Moraes.