Computadores do Planalto sofrem 'ameaça' e são apagados; políticos se manifestam
Ordem para formatar máquinas foi dada após o segundo turno
Os computadores do Palácio do Planalto, local de trabalho do Presidente da República, podem ter sido formatados após a derrota de Jair Bolsonaro (PL) no segundo turno das eleições.
Um aviso enviado aos funcionários da área de informática, divulgado pelo jornal Metrópoles nesta sexta-feira (11), indicava a necessidade de formatar os computadores após a 'detecção de uma ameaça'.
A mensagem interna orientava a formatar os equipamentos e reinstalar o sistema operacional padrão, o que significaria apagar todos os dados armazenados nas máquinas.
As equipes de informática foram convocadas a chegar mais cedo no dia 3 de novembro para lidar com o problema, conforme o portal. O segundo turno das eleições ocorreu em 30 de outubro.
O que diz o Planalto
A Secretaria-Geral da Presidência afirmou, em nota, que em 1° de novembro um malware foi detectado em algumas estações de trabalho, tendo sido neutralizado poucos minutos depois. Um malware é um software maligno feito para causar danos a um computador.
O órgão alegou que os vírus foram originados por 'phishing': ataque que envia comunicações fraudulentas por e-mail ou SMS no intuito de roubar dados. "Não houve vazamento de dados, nem comprometimento de sistemas hospedados na rede da Presidência da República", diz a nota.
A secretaria-geral não respondeu se algum computador foi formatado ou algum dado foi apagado com a infecção da rede por vírus.
Suspeita de queima de arquivo
Após a repercussão da notícia, políticos manifestaram preocupação com a formatação dos computadores. A suspeita é de que o governo tenha orientado a exclusão de dados comprometedores, logo após o fracasso na tentativa de reeleição.
"O curioso é que a operação ocorreu logo após o 2° turno. Difícil acreditar em mera coincidência", publicou a deputada federal do Rio de Janeiro Talíria Petrone.
"A transição terá um novo desafio com essa história mal contada do Planalto apagar computadores", apontou Jandira Feghali, também deputada federal do Rio de Janeiro.
"Começou a destruição de provas pelos bolsonaristas!", acusou Guilherme Boulos, deputado federal eleito por São Paulo.