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Como ficam as bancadas na Câmara Municipal de Fortaleza com o fim da janela partidária

Levantamento realizado pelo Diário do Nordeste aponta redimensionamento no quadro de partidos no Legislativo alencarino

Escrito por Bruno Leite , bruno.leite@svm.com.br
Plenário da Câmara
Legenda: Na nova formatação, partidos multiplicaram suas bancadas e um deles até deixou de ter representação na Câmara.
Foto: Mateus Dantas / CMFor

Findada a janela partidária — prazo em que é permitido a migração entre partidos políticos sem a perda do mandato —, na sexta-feira (5), o quadro de vereadores da Câmara Municipal de Fortaleza (CMFor) assumiu um novo layout. A arrumação final é o resultado de articulações realizadas desde o ano passado, tanto pela oposição quanto pela situação.

A nova configuração se dá seis meses antes da eleição em que serão escolhidas as bancadas para mais uma legislatura e a pessoa responsável por comandar o Executivo da Capital cearense por mais quatro anos. Assim, o lado em que cada legislador se localiza será preponderante na briga pela reeleição e nas eventuais disputas travadas no Legislativo ainda em 2024.

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As maiores bancadas

Com as movimentações eleitorais, o Partido Democrático Trabalhista (PDT) manteve o posto de maior bancada da Casa Legislativa, com 12 cadeiras no Plenário Fausto Arruda. Desembarcaram na sigla os vereadores PPCell (ex-PSD), José Freire (ex-PSD), Kátia Rodrigues (ex-Cidadania) e Luciano Girão (ex-PP). Fábio Rubens (ex-PSB), licenciado, mas com previsão de retorno nos próximos dias, também se filiou, aumentando para 13 o número de vereadores da agremiação brizolista.

Além de Rubens, Elpídio Nogueira, que atualmente conduz a Secretaria de Cultura, deve voltar para a CMFor. Com o iminente regresso do pedetista, o vice-líder do Paço Municipal, Didi Mangueira (PDT), que é suplente, tende a deixar o mandato legislativo. Os recém-chegados irão se juntar aos antigos filiados ao trabalhismo: Adail Júnior, Carlos Mesquita, Gardel Rolim, Iraguassú Filho, Lúcio Bruno, Paulo Martins e Raimundo Filho.

Ex-aliado do Governo José Sarto e opositor da gestão desde agosto do ano passado, o Partido Social Democrático (PSD), que possuía apenas 2 representantes, tem agora 7 vereadores e assumiu o segundo lugar entre as maiores bancadas. Se filiaram ao partido os parlamentares Bruno Mesquita (ex-PL), Cônsul do Povo (ex-PSDB), Danilo Lopes (ex-Avante), Estrela Barros (ex-Rede), Eudes Bringel (ex-PSB) e Tia Francisca (ex-PL). O ex-petista Ronivaldo Maia, expulso do antigo partido, se filiou em fevereiro, antes da janela partidária.

Confira o infográfico:

Mais forças partidárias

Integrando o bloco governista, o Avante surge neste final de legislatura como a terceira potência do Parlamento local e totalmente repaginado. Ana do Aracapé (ex-PL), Emanuel Acrízio (ex-PP), Marcelo Lemos (ex-União), Moura Taxista (ex-PSB) e Pedro Matos (ex-PL) formam o time de legisladores que vai representar a agremiação até o fim deste ano. Por ser suplente, Moura poderá ter que deixar o mandato com o retorno do titular da vaga, Fábio Rubens, reduzindo a bancada do partido em um membro.

O Partido Liberal (PL) confirmou o prognóstico que se desenhava e sofreu uma debandada, com 4 baixas. Entretanto, com a chegada de Julierme Sena (ex-União), a legenda permanece bem colocada entre as maiores bancadas, onde ocupa o quarto lugar do ranking de parlamentares. Além de Sena, estão na lista de partidários liberais a vereadora Priscila Costa e o Inspetor Alberto.

O Partido dos Trabalhadores (PT) voltou a ter 3 vereadores, já que desde a expulsão de Ronivaldo, em junho de 2022, ele contava com 2 partidários: a líder oposicionista Adriana Almeida e o vereador Dr. Vicente. Na última sexta-feira (5), Júlio Brizzi (ex-PDT) se juntou aos demais.

Dupla representação

Se alguns viram o time ser ampliado, essa não foi a sorte do Partido Socialista Brasileiro (PSB), que, de acordo com seu presidente municipal, está tendo dificuldade na montagem da chapa proporcional. Com a saída de dois correligionários e a chegada de mais uma legisladora, o número de cadeiras do PSB na Casa caiu de três para duas. Léo Couto — vice-líder da oposição na Câmara de Fortaleza — segue nas fileiras do socialismo. A novidade é a chegada da Enfermeira Ana Paula (ex-PDT). 

Já o Partido Socialismo e Liberdade (PSOL) não apresentou alteração na sua bancada. As vereadoras Adriana Gerônimo Anna Karina seguem como as duas psolistas da Casa.

O Partido da Social Democracia Brasileira (PSDB) viu Cônsul, um de seus integrantes, ir embora e agora terá Cláudia Gomes e Jorge Pinheiro como a dupla de tucanos com assentos na CMFor.

Estreantes no Plenário

O Podemos, por sua vez, ganhou uma representação na Casa, com a ida de Didi Maravilha (ex-PMB) para o seu rol de filiados. No entanto, outro membro da sigla é quem deve conduzir a cadeira por agora em diante: Wellington Saboia (ex-PMB), que irá retornar para o mandato depois de um período no comando do Procon Fortaleza.

Outro novato entre as legendas é o Agir, que com a ida de Veríssimo Freitas (ex-Republicanos) faz sua estreia no Legislativo municipal — até 2021, quando o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) validou a renomeação, a agremiação atendia ao acrônimo "PTC" (Partido Trabalhista Cristão).

Um ou nenhum representante

Na formação pós-janela, também apresentam apenas uma representação as seguintes siglas: o Republicanos, com Ronaldo Martins; o União Brasil, com Márcio Martins (ex-SD); o Partido Renovação Democrática (PRD), com o suplente Diógenes Madeira, que ocupa a vaga de Michel Lins; o Mobiliza, com Germano He-Man (ex-PMB); e o Cidadania, com o Professor Enilson. Dos citados, apenas o Republicanos estará fora do palanque de Sarto na eleição de outubro.

O Progressistas (PP) e a Rede Sustentabilidade (Rede) que até a semana passada — antes dos momentos finais da janela partidária — contavam com um vereador cada, não terão quadros na CMFor até o fim da atual legislatura.