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Quais vereadores devem deixar secretarias municipais de Fortaleza para disputar eleições de 2024

Movimentações acontecem com a chegada do prazo de descompatibilização, procedimento obrigatório para postulantes que exerçam alguma função na máquina pública

Escrito por Bruno Leite , bruno.leite@svm.com.br
Paço Municipal de Fortaleza
Legenda: Consultados, membros do Parlamento municipal confirmaram que irão deixar estrutura do governo.
Foto: Reprodução / Fábio Lima / PMF

Com a chegada do período de descompatibilização, necessário para concorrerem na disputa eleitoral de outubro, pelo menos quatro parlamentares com mandato na Câmara Municipal de Fortaleza (CMFor) devem realizar movimentações que irão impactar na arrumação de cargos no Executivo municipal. 

Conforme estabelece a legislação eleitoral, políticos que exerçam atividades na máquina pública como secretários ou diretores de departamento deverão se afastar das suas funções com uma antecedência de, no mínimo, seis meses, caso queiram concorrer a um cargo eletivo na disputa eleitoral deste ano. 

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Constam nessa condição os vereadores Fábio Rubens (secretário da Regional 8, atualmente no PSB e já anunciado no PDT), Elpídio Nogueira (titular da Secretaria de Cultura do Município, do PDT) e Wellington Saboia (presidente do Procon Fortaleza, do PMB).

De acordo com Rubens, sua saída da pasta deve acontecer entre o fim de março e o início de abril. "Já conversei com o prefeito", falou o político, que admitiu sair como pré-candidato da nominata organizada pelo diretório municipal da legenda trabalhista. 

Quanto ao substituto ou substituta que irá tocar o trabalho após sua exoneração, ele indicou que o martelo não foi batido pelo Paço Municipal. "Estamos conversando com o prefeito", disse brevemente, sem mencionar prováveis nomes. 

Ao que alegou o secretário da Regional 8, a tendência é que o mandatário de Fortaleza exonere todos os vereadores com mandato para poderem aparecer nas urnas em outubro. A mesma lógica deve se aplicar a suplentes e outros representantes com potencial de voto que vão ser lançados pelo próprio PDT e por partidos aliados.

"Creio que o prefeito vai pedir para todo mundo sair na mesma data", finalizou Fábio Rubens ao ser entrevistado, reforçando a ideia de que as substituições devam ocorrer no limite do prazo estabelecido pela lei.

Wellington Saboia, por sua vez, ratificou a versão do colega quanto à saída de todos os parlamentares com mandato. No que se refere a sua descompatibilização, ele afirmou que ocorrerá no começo de abril. "Vou me organizar direitinho, dar entrada na Justiça Eleitoral", frisou.

Perguntado sobre quem ficará no seu lugar na presidência do Procon Fortaleza, ele explicou que a administração municipal deve seguir a mesma conduta adotada em ocasiões anteriores, em que esteve afastado do cargo e a número dois do órgão conduziu os trabalhos do departamento.

"Normalmente, quando eu saio, fica a Eneylândia (Rabelo) que é a (diretora) adjunta. A ideia é que ela fique, porque conhece o trabalho, já conhece tudo. Mas vamos conversar com o prefeito", declarou.

Para participar da corrida para ser reconduzido à Câmara Municipal de Fortaleza, o vereador relatou que não sabe se seguirá no Partido da Mulher Brasileira, o PMB. Ele revelou que irá coordenar duas chapas proporcionais, a da sua sigla atual e a do Partido da Mobilização Nacional, o PMN.

"Estou montando dois partidos, o PMB e o PMN. A gente vai dividir, porque o Germano (He-Man) vai ficar em um e eu vou ficar em outro. Até o final do mês estaremos com as chapas montadas e iremos decidir por qual cada um irá concorrer", planejou. 

Por fim, Saboia garantiu não haver, até agora, nenhuma sinalização expressa do prefeito acerca de que a reorganização das chefias do governo municipal aconteça numa só data, como houve no começo de 2023, quando uma reforma foi realizada no secretariado. "Mas, pelo andar da carruagem, acho que todo mundo só vai sair no término do prazo, no começo do mês (de abril)". 

Também apontado como um pré-candidato, o pedetista Elpídio Nogueira, secretário municipal de Cultura foi acionado para falar sobre a temática. Apesar das sucessivas tentativas de contato, não houve uma resposta até a publicação desta matéria. 

'Candidatura que mexe'

Mesmo não estando lotado em nenhuma repartição atualmente, Renan Colares (PDT) é outro vereador licenciado que segue uma estratégia política que poderá resvalar na composição do quadro de auxiliares do prefeito da Capital cearense.

Isto, porque o irmão de Renan, o advogado Marcel Colares ocupa a atribuição de secretário da Regional 6. Ele está nesta condição desde novembro do ano passado, quando passou de secretário-executivo da pasta para a chefia, substituindo o familiar vereador. 

Ouvidos pela reportagem, aliados alegaram que um dos dois pode concorrer a uma cadeira no Plenário Fausto Arruda. Assim, a vaga no comando da Secretaria poderá cair no colo de um, enquanto o outro se lançaria para a disputa proporcional. Procurado, Renan Colares confirmou o movimento. "Não vou ser candidato, vou apoiar meu irmão, que está filiado ao PDT". 

Os mesmos interlocutores disseram ainda que o retorno dos parlamentares é tratado com cuidado pelo chefe do Executivo municipal, uma vez que dois dos postos são ocupados atualmente por suplentes do PDT que integram o time de líderes governistas na Casa, o líder Iraguassú Filho (PDT) e o vice-líder Didi Mangueira (PDT). 

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