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Com 5 pré-candidatos, saiba como o PT pode definir a candidatura à Prefeitura de Fortaleza em 2024

Sem consenso até o momento, pré-candidatos têm disputado preferência de correntes do partido com poder de voto no diretório

Escrito por Alessandra Castro , alessandra.castro@svm.com.br
PT, Candidatos, Fortaleza
Legenda: Da esquerda para a direita: Artur Bruno, Luizianne Lins, Evandro Leitão, Larissa Gaspar e Guilherme Sampaio
Foto: Divulgação Alece/Câmara dos Deputados/Governo do Ceará

Com cinco pré-candidaturas postas à mesa, o PT tem três possíveis formas de definir quem terá a candidatura oficializada à Prefeitura de Fortaleza, em 2024, com base em regulamentações nacionais da legenda. As possibilidades, contudo, precisam de aval dos membros do diretório municipal, composto por nove correntes internas de grupos distintos.  

Ao todo, 46 petistas integram essas forças que têm identidade própria e disputam internamente o caminho que o PT deve seguir. Elas podem, inclusive, se aliar ou se opor uma à outra. Os membros das correntes são distribuídos da seguinte forma: 

  • Resistência Socialista: 13 
  • Democracia Socialista: 10 
  • Construindo um Novo Brasil (CNB): 7 
  • Movimento PT: 6 
  • Diálogo e Ação Petista: 3 
  • Articulação de Esquerda: 2 
  • Militância Socialista: 2 
  • Esquerda Popular Socialista: 2 
  • Articulação Unidade na Luta: 1 

Os cinco pré-candidatos que concorrem à preferência das correntes são: a deputada estadual Larissa Gaspar; o deputado estadual em exercício e presidente municipal, Guilherme Sampaio; o assessor especial do Governo do Ceará, Artur Bruno; a deputada federal e ex-prefeita de Fortaleza, Luizianne Lins; e o presidente da Assembleia Legislativa do Ceará (Alece), Evandro Leitão. Estes dois últimos têm protagonizado a principal disputa interna no PT. 

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Escolha do candidato 

A primeira possibilidade de definição do nome é por escolha direta de uma maioria superior a 2/3 dos membros do diretório ou por consenso. A segunda, por meio de votos de delegados, escolhidos como representantes dos filiados por meio de votação em encontro municipal. O modelo, no entanto, também precisa ser aprovado por mais de 2/3 do diretório municipal, ou seja, um mínimo de 31 integrantes.  

A última possibilidade é por meio da realização de prévias, que consiste em realizar uma eleição interna para que os próprios filiados votem diretamente em um dos pré-candidatos. O mais votado, será o candidato. Esse modelo é o método adotado de forma padrão, já que os outros dois somente são possíveis se houver um entendimento de pelo menos 31 petistas do diretório. Caso contrário, haverá realização de prévias. 

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A definição do modelo deve ocorrer até o fim deste mês. Se a candidatura for consensual, o nome deve ser definido até março. Caso contrário, deve ficar para abril, conforme informou o diretório municipal da sigla em novembro do ano passado, quando adiou o cronograma para o primeiro trimestre deste ano. 

Segundo o presidente do PT Fortaleza, Guilherme Sampaio, as lideranças do partido estão, neste momento, dialogando com pré-candidatos em busca de construir uma candidatura consensual

"Em novembro do ano passado, nós aprovamos, por consenso, o adiamento dessa definição para o primeiro trimestre deste ano, justamente para que esse diálogo entre os pré-candidatos, lideranças do partido, pudesse ocorrer. Nós estamos exatamente nessa fase: de esgotar ao máximo esse diálogo e avaliar qual será a melhor alternativa para o partido", destacou. 

Manifestações 

Como cada corrente tem uma identidade própria, as preferências são distintas e têm sido disputadas.  

Segundo o presidente do PT Fortaleza e um dos pré-candidatos da sigla, Guilherme Sampaio, três correntes manifestaram apoio a um dos nomes, duas de maneira formal e uma informalmente. É o caso da Resistência Socialista, que tem Guilherme Sampaio como membro; da Democracia Socialista, liderada pela deputada federal Luizianne Lins e pré-candidata na disputa; e do Movimento PT, liderado pelo deputado federal José Airton. 

"Até o momento, duas correntes se manifestaram formalmente: a Resistência Socialista, que lançou um manifesto de apoio a minha candidatura, e o Movimento PT, que divulgou posição de apoio à pré-candidatura do Evandro Leitão. Essa corrente é a do José Airton. A Democracia Socialista é a corrente da qual sempre fez parte a ex-prefeita Luizianne. Eu não sei se já lançou um manifesto oficial, mas a gente entende que boa parte dos militantes dessa corrente apoia a pré-candidatura da ex-prefeita Luizianne" 
Guilherme Sampaio
Presidente do PT Fortaleza

Nesta quinta-feira (15), o deputado federal José Airton anunciou o apoio do Movimento PT à pré-candidatura do deputado Evandro Leitão. O martelo foi batido após reunião da direção da corrente com o presidente da Assembleia.

"Juntos, estamos dialogando para unir forças e construir os caminhos para um futuro melhor para nossa cidade", declarou José Airton por meio das redes sociais, logo após o encontro.

Quem também anunciou que está se reunindo com os pré-candidatos foi o deputado federal José Guimarães (PT), líder da corrente Construindo um Novo Brasil. Na quinta-feira, o CNB recebeu Evandro Leitão para um debate, mas ainda não fechou apoio a nenhum nome.

"Iniciamos o debate sobre a escolha do nosso candidato a prefeito de Fortaleza. Nosso campo político irá conversar com todos os pré-candidatos. E até março faremos nossa escolha. Hoje (na quinta-feira, 15) ouvimos o pré-candidato Evandro Leitão. Fizemos um ótimo debate", afirmou José Guimarães.

Em paralelo, Luizianne Lins realiza plenárias para ouvir a militância e reunir apoio de dirigentes que integram correntes do PT em torno de seu nome. A plenária mais recente da petista ocorreu no início do mês, no dia 1º de fevereiro, e contou a presença de membros da Democracia Socialista e Articulação de Esquerda, por exemplo.

Apesar de haver disputa interna entre os pré-candidatos da sigla, Guilherme Sampaio reforça que acredita em um consenso para a escolha do candidato da agremiação à eleição ao Paço Municipal em 2024. 

"Nosso esforço é de diálogo, é para construir consenso, unidade, não para construir disputa. A disputa acontecerá se o consenso não for possível. Se a gente faz essa conversa com generosidade, franqueza, nós podemos evoluir", frisou. 

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